Leio duas brevíssimas chamadas na home do UOL que despertam minha atenção.
Sou um blogueiro – vivo de contar histórias.
Espantam-me a singularidade e o toque ficcional das notícias que acabo de ler. Trágicas.
Mais uma vez e sempre fico sem palavras diante do insondável tsunami chamado amor.
A primeira fala da morte de uma jovem de 18 anos logo após dar (ou receber?) o primeiro beijo.
Aconteceu em abril de 2009 na pequena cidade Abedare, no País de Gales. Mas só agora foi divulgado o resultado do inquérito policial.
Jemma Benjamim era atleta, universitária.
Jogava hóquei, competia em provas de natação.
Até então não manifestara qualquer problema de saúde.
Uma, duas vezes por semana ela saía com um colega de universidade.
Nunca houve uma aproximação maior entre os dois. Apenas flertavam e conversavam. Gostavam de estar juntos.
Naquela tarde, o casal planejara ir a uma lanchonete quando o garotão percebeu que estava sem o cartão de crédito.
Encaminharam-se, então, à casa do rapaz – e o beijo aconteceu naturalmente no corredor, junto à porta de entrada.
Segundos depois, ela desmaiou no sofá diante do rapaz.
Morreu logo em seguida.
O inquérito diz que a autópsia não conseguiu precisar o real motivo “da falência cardíaca”.
II.
“Não verás mais as meninas.
Não sofreram.
Descansam em paz em lugar seguro.”
O jornal italiano La Repúbblica divulgou trecho da carta que o suiço Matthias Schepp enviou à ex-mulher em 3 de fevereiro, horas antes de suicidar-se em Cerignola, sul da Itália.
Desde 31 de janeiro, Schepp desapareceu com as duas filhas gêmeas, Alessia e Livia, de 6 anos.
Schepp não se conformava com o fim da união.
Feito o alerta do sumiço das meninas, a polícia partiu para as investigações.
As descobertas indicaram o trágico desfecho.
O pai serenamente pesquisara na internet sobre as diversas formas de envenenamento.
Também informara-se sobre o uso de armas de fogo.
Os policiaos descobriram também que, no início do mês, Scheep tomou a barca de Marselha à Ilha de Córsega.
Levava com ele as duas meninas em clima de passeio de família.
Aí as investigações se perdem.
Constatam, porém, que o suiço reaparece um dia depois, quando parte da ilha para Tolano, na França.
Sozinho.
No dia seguinte, já na cidade italiana, escreve a carta, endereça a ex-mulher e põe fim a própria vida.