Caros, vocês sabem que o Degas aqui é senhor de poucas economias.
Ganho para o gasto – e gasto tudo o que ganho.
Explica-se pela incontrolável tendência de imaginar coisas que o Degas aqui tem.
Não que eu seja assim um Salvador Dalí, mas em termos de invencionices até que me divirto legal.
Essa viagem, por exemplo, foi mesmo uma grande travessura.
Mas, tudo tem lá o seu limite, $e é que me entendem…
Um exemplo.
Assim que cheguei a Barcelona, tratei de me informar sobre como poderia assistir a um jogo do time catalão, sensação do futebol mundial.
A equipe faria dois jogos na cidade. Contra o Real Madri pela Champion Leag e contra o Espanhol pelo campeonato nacional.
A bem da verdade, antes de viajar, tentei fazer a aquisição, via internet. Sem sucesso.
Estava pessimista, mas não contive o desabafo diante da recepcionista do hotel.
A moça se disse surpresa.
O próprio hotel e mesmo alguns agentes de viagem tem cota específica para turistas trapalhões, como o Degas.
Logo pediu o nome para incluir numa lista de possíveis felizardos.
Fiquei feliz – e fui dar uns volteios pelas ramblas.
Na volta, lá estava a senhorita com um desenho do Camp Nou nas mãos para que
eu escolhesse o lugar.
Detalhes:
Atrás do gol, o preço é 200 euros.
Nas laterais do campo, sobe para 250.
Fiz um cálculo rápido – e vi que a coisa toda partia de 500 paus.
Nem se a Angelina Jollie fosse a camisa 10 de um time e a Jennifer Lópes de outro.
Desencanei.
Subi para o quarto, liguei a TV.
Estava passando um programa esportivo, desses que todos se exaltam, falam ao mesmo tempo e os espectadores nada entendem.
Se na língua-pátria, já é complicado, imagine em castelhano!
Mesmo assim, ouvi de um comentarista, provavelmente torcedor do Real, a seguinte definição de critério:
— Critério é critério. E precisa ser único para todos os clubes envolvidos. Não é o que acontece hoje. O que vale para todos não vale para o Barcelona.
Desconfio que ele repetia o discurso de Mourinho. Na bronca em que eu estava, sem qualquer critério, até que concordei com o tal…
