— Eu prendi o Bandido da Luz Vermelha…
… Diz o delegado Chico Amorim numa das melhores cenas do filme Assalto ao Trem Pagador, estreia de Marcos Paulo como diretor cinematográfico.
No papel de Amorim, ninguém menos que Ariclenes Venâncio Martins, um dos grandes nome da dramaturgia brasileira. Desde priscos tempos Ariclenes é fera na história do rádio, da TV e do cinema brasileiro.
Dizem também que é um divertido contador de causos.
Durante bons anos, substituiu, com categoria, Rolando Boldrim no comando do programa Som Brasil.
Quem se lembra, sabe de quem estou falando.
Assalto ao Trem Pagador vale pelo desempenho deste grande ator.
Lima Duarte.
Aos 81 anos, ele mostra-se em plena forma. Faz de um trailler razoável a ponte para uma atuação digna de elogios. O seu Chico Amorim é retrato preciso dos policiais das antigas que se valem mais dos longos anos vividos na captura da bandidagem do que dos aparatos tecnológicos e científicos que tanto encantam a delegada auxiliar Telma Monteiro (Giullia Gam).
É ele quem comanda as investigações que redundam na captura de parte do bando.
“Essa conta não fecha”, ensina Monteiro/Giullia.
O tom é de quem sabe o que está falando. Os culpados vão mais além do que os reles pés-de-chinelos que participaram da ação.
Amorim sabe que a luta é inglória, mais acima… E há que se enfrentá-la.
Mais não digo para não estragar a curiosidade do distinto leitor que quiser ver o filme.
Amorim não tem a força dramática de outros personagens antológicos de Lima tanto na TV como no cinema (Zeca Diabo, Sassá Mutema, Sinhozinho Malta, Shankar, Sargento Getúlio, Zé Bigorna, entre outros), mas vale, com sobras, o preço do ingresso.
Abênção grande Lima Duarte.