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Brevíssimas em Cuba (2)

Assim que cheguei à Praça da Revolução percebi que o rapaz me olhava de um jeito estranho.

A famosa praça é um marco, ponto obrigatório aos que visitam Cuba.

Localiza-se em Havana Velha e mais parece o imenso pátio de um estacionamento de supermercado. Tem como atrações um obelisco e a fachada de dois prédios estampadas com as imagens de libertadores de Cuba – um deles, óbvio, é do indefectível Comandante Che, onde, aliás, funciona o Ministério da Educação.

Ouço a guia dizer a um grupo de turistas que exatamente ali o Comandante Fidel Castro fazia discursos de horas e horas a fio para multidões que ocupavam cada milímetro daquele espaço, tido e havido hoje como “histórico”.

Imagino o alarido da turba – e as palavras de ordem de Fidel.

— Comandante! Comandante!

O rapaz do olhar estranho agora está ao meu lado – e percebo que o chamamento é para mim.

Ele mostra uma cartolina (do tamanho de um caderno escolar) para o grupo ao meu lado.

Todos riem e, simpaticamente, olham para mim.

Fico sem jeito, mas nada entendo. Até que o pequeno cartaz chega até as minhas mãos.

Com traços simples, o cubano fez minha caricatura com um boné ao estilo de Che.

Entendo logo o que vem a seguir.

Ele me pede três pesos (equivalem a 3 dólares) pelo desenho.

Reparo que não ficou lá essas coisas.

Pareço mais velho e acabado do que sou – quer dizer, do que imagino que sou.

Mesmo assim, desconsiderei e comprei o danado.

No fundo, no fundo, gostei mesmo de ser chamado de comandante…

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