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Nélson Cavaquinho

O blogueiro vacilão deixou passar em branca tela o centenário de Nélson Cavaquinho que ocorreu no dia 29 de outubro. Um erro imperdoável para quem se gaba de ter trabalhado por mais de 20 anos como repórter na área de MPB. Mais imperdoável ainda para quem, como eu, ainda hoje se emociona ao ouvir dolentes sambas como “A Flor e o Espinho”, “Folhas Secas” (em parceria com Guilherme de Brito), “Quando Eu Me Chamar Saudades”, entre outros.

Confesso que só atentei para a magnitude obra do compositor carioca lá pelos anos 70 após entrevista coletiva com Beth Carvalho, na sede da gravadora RCA Victor, nas imediações da rua Veridiana, no bairro de Santa Cecília, em São Paulo.

A bem da verdade, justiça se lhe faça, Beth foi a principal responsável pelo resgate de sambistas como Nélson, Carlota, Carlos Cachaça e contemporâneos que andavam longe da mídia e do grande público.

Mesmo naqueles obscuros tempos ditatoriais – quando, por vezes, dávamos mais importância ao engajamento do que ao lirismo das canções – um mergulho na obra do carioca Nélson Antônio da Silva foi a descoberta de um autor de estilo único e sofisticadas harmonias sonoras, que primavam pela simplicidade e pela beleza.

Certa vez, fui entrevistá-lo para divulgar sua participação no Projeto Seis e Meia, do Sesc.

Não rolou propriamente uma entrevista.

Os repórteres fizeram uma roda em torno do compositor no saguão de hotel paulistano.

E ele, munido de um violão, se pôs a repassar os tais sambas que nos pareceram tão eternos quanto aquele senhor de cabelos grisalhos, voz frágil e sincera. Que desde então se dizia chamar saudades.

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