“O cinema como forma de lazer foi um marco para a vida cultural de São Paulo.
Nos anos 40 e 50, não existiam salas de cinema em shopping. Para nós, jovens das primeiras décadas do século 20, o lugar da sétima arte era nas ruas e avenidas da capital paulista.
Quando o Belas Artes surgiu, foi uma agradável surpresa para nós, cinéfilos, e para os cinemas de arte, que ganharam um status de prestígio entre a sociedade.
Era um cinema diferente que passava filmes que nos faziam pensar sobre o nosso dia-a-dia.
Assim como eu, foram muitos os que viraram freqüentadores assíduos do espaço, que viam no Belas Artes a oportunidade de fazer um bom programa cultural. Junto com a Passarela da Consolação, o Bar Riviera e o Ponto Chic, o bairro da Consolação se firmou como pólo de cinefilia da época.
A programação do cinema era sempre feita para atender o gosto do público amante dos filmes de arte, que estavam fora do circuito comercial. O Belas Artes ficou conhecido como palco de exibição dessas produções que não passavam nos grandes cinemas da cidade.”
• Depoimento de Frida Blank, freqüentadora do Cine Belas Artes desde a estréia em 1967, ao livrorreportagem Belas Memórias – 44 anos de História do Cine Belas Artes, apresentado hoje pela manhã à banca examinadora como trabalho de conclusão do curso de jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo. De autoria dos novos jornalistas Tarsila Lima, Tatiana Guerra e Vinícius Ferreira. Bem vindos à lida…