Então, um certo senhor chamado Danival é diretor de escola de ensino médio em Uberaba, Minhas Gerais – e proibiu a menina de cabelos azuis de frenquentar as aulas enquanto insistisse em manter azuis os ditos-cujos cabelos azuis.
Assim, desconfia este modesto escriba, ele imagina que a ordem, o rigor e os bons costumes estarão a salvos; firmes e fortes.
Ô sr. Danival, que bobagem!
Nem sei o porquê estou me referindo diretamente ao senhor.
O sr. Danival certamente não é leitor deste humilde blog. Por motivo simples.
Não faz muito por aqui andou, em cinco ou seis crônicas, a moça de cabelos vermelhos.
Meus fiéis cinco ou seis leitores hão de se lembrar da pequena. Deixou saudades pela graça, pelo encanto e, óbvio, pelas melenas que teimavam em descorar todas as vezes que ela e o namorado estavam assim-assim. (Fenômeno este, desconfio, inédito na História da Humanidade que o blog teve a honra de registrar de forma exclusiva, e para a posteridade.)
Não, não sei onde anda a moça de cabelos vermelhos. Em compensação, o grande Chico Buarque, dizem as colunas sociais, tem uma namorada, Thaís Gullin, de cabelos com tons pouco usuais. Fez até música para ela. Chama-se “Essa Pequena” e diz assim:
“Meu cabelo é cinza
E o dela é cor de abóbora…
Temo que não dure a nossa novela
Mas, sou tão feliz com ela.”
Toda essa conversa me fez lembrar que, nos idos dos anos 80, o casal Pepeu Gomes e Baby Consuelo teve a entrada vetada na Disneylândia pelas roupas exóticas e cabelos multicoloridos. Os responsáveis pelo Parque temiam que a dupla virasse atração à parte – e concorresse em prestígio e popularidade com as personagens de Donald, Mickey e Pateta.
Então, sr. Danival, esqueça essa patetada! Não fique roxo de raiva que assim o sr. vai virar notícia na tal imprensa marron. Amarele, no bom sentido. Reconsidere. Dê sinal verde para a menina de cabelos azuis. Assim tudo terminará em santa e branca paz.
