Vamos ser sinceros?
Mexeram no vespeiro.
O anúncio da candidatura de José Serra à Prefeitura de São Paulo… Vá lá, o anúncio da disposição de José Serra concorrer à Prefeitura de São Paulo dá novas perspectivas aos tucanos de reequilibrar o jogo político em âmbito nacional.
Nenhum dos até então pré- candidatos (Bruno Covas, Tripoli, Zé Anibal e Andréa Matarazzo) apresentavam lastro eleitoral suficiente para encarar a pedreira Haddad, ungido pelo ex-presidente Lula como o escolhido para representar as aspirações petistas para retomar a administração da mais importante cidade brasileira. (Desde Luiza Erundina, em 1988, o Partido dos Trabalhadores não vence em Sampa.)
É bem verdade que, mesmo no contexto anterior, a vitória de Haddad não era tida como favas contadas. Havia (e há) duas variáveis que poderiam (e ainda podem) mudar decisivamente o panorama eleitoral: a candidatura de Gabriel Chalita pelo PMDB e o apoio do atual prefeito Gilberto Kassab quem com seu novo partido, se mostrava mais do que propenso a cair nos braços de Lula e do Governo Federal.
Com a decisão de Serra, Kassab reafirma sua postura de apoiá-lo
incondicionalmente.
Nesse novo quadro, o voo solo de Chalita à Prefeitura precisará ser revisto. Com Serra na parada, o tempo pode ficar sujeito a chuvas e trovoadas. Seu atual partido, o PMDB, e ele próprio são reticentes quanto a fazer uma dobrada com Haddad, repetindo a fórmula que deu certo em Brasília. O próprio vice-presidente, Michel Temmer, o cappo do partido, cuidou de não fechar nenhum acerto oficial.
Além do que, o professor e escritor têm boas relações com a ala do PSBD serrista – ocupou inclusive a Secretaria de Educação do Governo do Estado, de 2003 a 2007.
Serra é bom de voto em São Paulo.
Mesmo vencendo, como aconteceu em vez anterior, não deve ficar os quatro anos no cargo.
Até as pedras sabem que o sonho presidencial o embala noite e dia.
Quem for o vice em sua chapa – é bem provável – pode ganhar dois anos de mandato, na boa.
Diria mesmo que, com a definição de Haddad no PT e o anúncio da provável candidatura de Serra à Prefeitura, a briga agora é saber quem será o vice do experiente político.
Acreditem!
O pega se dá dentro e fora do PSDB.
Chalita seria um bom nome – e a dobrada com o PMDB, à primeira vista, imbatível.
Impossível?
Nunca se deve esquecer que em política/eleições tudo é possível.
E como ficariam as relações do PMDB com o Governo Federal?
Como sempre foram, assim assim…
Lembram do “é dando que se recebe”, a frase do então ministro Roberto Cardoso Alves.
Pois, então…
Ou alguém acha que o Brasil mudou muito desde aquela época?