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O mundo, a aldeia e o infinito blogar

No post de ontem, prometi comentar dois assuntos.

Escrevi demais sobre o primeiro – e deixei o segundo para hoje.

É só uma curiosidade que gostaria de compartilhar com vocês, leitores.

Ou melhor seria chamá-los de internautas?

Como devo chamá-los?

Ainda hoje tenho dúvida.

Prefiro leitores, mas já me orientaram que o correto é internautas.

II.

Aliás, o assunto de hoje está neste contexto.

Ontem, fui conferir a audiência deste modesto blog para ver como está o desempenho do público ledor, neste mês.

Acessei os boletins do Uol Host – e constatei que estamos longe de ser um campeão de audiência.

Nenhuma novidade.

Surpreendeu-me, porém, o índice de páginas lidas.

Diz lá:

62 por cento de páginas lidas têm procedência nos Estados Unidos.

No Brasil, o índice vai um tantinho além de 30 por cento.

E ainda aparecem leitores em países diversos como França, Ucrânia, República da China, Portugal etc.

III.

Para este humilde escriba – que só aparece como “cidadão ilustre” no site do bairro do Cambuci – foi um susto.

A constatação propôs uma série de reflexão.

A primeira delas é a doce contradição de que escrevemos para o mundo – e para nós mesmos.

Pois, nos dias atuais, nunca se sabe ao certo quem é – ou será – o nosso leitor.

E aí vem uma batelada de questões.

Onde ele vive?

O que pensa?

Quais seus sonhos e perspectivas?

Como ele nos encontra na web?

Por que lê o que escrevemos?

Se ele retorna ao blog ou nos esquece no instante seguinte?

Questões, diga-se, infinitas, e sem respostas precisas.

IV.

Cada vez mais associo o blogueiro à imagem do náufrago a lançar, mar afora, a garrafa com uma mensagem dentro.

Quem vai encontrá-la?

Eis o desafio…

V.

Para quem começou na reportagem de rua, ainda nos idos dos anos 70, batucando uma velha Olivetti, fica claro que o mundo mudou.

A pegada é outra, ensinam os arautos dos novos tempos.

Será mesmo?

VI.

São de 1968, o ano que não acabou, os versos e a perplexidade de Caetano Veloso em “Alegria Alegria”:

“Quem lê tanta notícia?”

Anos depois, fui ouvir o jornalista Mino Carta, referência para minha geração, sobre o papel dos jornais regionais naquele momento crucial da vida política social brasileira.

Citou Dostoievski:

“Para ser universal basta falar de sua aldeia”.

De algum modo, até intuitivamente, é por aí que caminhamos…

VII.

Uma última questão, confesso, assola minh’alma.

Quem será que me lê na longínqua Ucrânia?

Será o Dentinho ou a namorada dele: a Mulher Sambambaia?

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