Santa Paulina nasceu no dia 16 de dezembro de 1865, em Vígolo Vattaro, Trento, norte da Itália, e recebeu o nome de Amábile Lúcia Visintainer pelos pais Antônio Napoleone Visintainer e Ana Pianezzer.
Segundo o livro “Santa Paulina – Uma Surpresa de Deus”, escrito pelo padre José Artulino Besen, entre agosto e setembro de 1875, toda a família de Amábile e mais 130 moradores de Vígolo Vattaro viajaram para o Brasil em busca de terra, dinheiro e felicidade. Ao chegarem em Santa Catarina, os italianos se estabeleceram na localidade de Alferes, futura Nova Trento, dando início a imigração italiana neste Estado.
Em 1903, Santa Paulina deixou Novas Trento para cuidar de ex-escravos idosos e crianças órfãs no Ipiranga. Desde o início recebeu grande apoio do padre Luiz Maria Rossi e uma ajuda especial do conde José Vicente de Azevedo, que doou o terreno para a construção de uma capela na região e pagou as despesas da viagem para São Paulo. A capela, batizada de Asilo de Órfãos Sagrada Família, era pequena e possuía apenas dois cômodos. As irmãs da Imaculada Conceição passaram a trabalhar, principalmente, na educação e na catequese daquelas pessoas que a capela abrigava.
Portadora de diabetes, Madre Paulina precisou amputar todo o braço direito, devido a pequena ferida mal curada, e, anos mais tarde, ficou cega. No dia 9 de julho de 1942 faleceu, aos 77 anos, na Casa Geral no Ipiranga.
Desde sua morte, Madre Paulina passou a ser considerada por muitos religiosos como uma santa, e entre os que acreditavam nessa santidade, uma pessoa se destacou. Irmã Célia Bastiana Cadorin, da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, trabalhou como postuladora por mais de 40 anos na causa da beatificação e canonização da Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus.
A beatificação de Santa Paulina, proclamada pelo papa João Paulo II, acvonteceu no dia 18 de outubro de 1991, em santa Catarina, e a canonização se deu onze anos depois, no dia 19 de maio de 2002, em Roma.
* Para reverenciar os 10 anos da canonização de Santa Paulina, considerada a primeira santa brasileira (italiana de nascimento, mas veio para o nosso país ainda criança e aqui construiu toda a sua obra), transcrevo hoje trecho do livrorreportagem “Ipiranga – Histórias de Um Bairro Que Virou Metrópole”, de autoria dos jornalistas Ana Paula Pavanello, Camila Zanforlin, Fernanda Guerra, Gabriela Vieira, Jacqueline Toledo e Victor Ribas.
* Amanhã, vou lhes contar outra história sobre Santa Madre Paulina, a santinha do Ipiranga e do Brasil.