Chelsea, campeão da Liga Europa.
Inevitável.
Recomeça, por aqui, a polêmica entre futebol-arte e futebol-resultado.
Quem ganha, quem perde com a vitória da “competição pela competição” sobre o espetáculo?
E, sente, porque lá vem história…
Foi assim na Copa de 1954, com os alemães derrotando a “máquina” húngara.
Foi assim em 74.
Outra vez os alemães foram campeões em cima da magia do “carrossel” holandês.
Ainda hoje consolamos as viúvas da Copa de 82 a lamentar a derrota da seleção brasileira para a ‘esquadra’ italiana, no jogo mais emocionante que assisti.
Agora a expectativa de todos é que a final, jogada sábado em Munique contra o Bayern, na verdade fosse protagonizada pelos midiáticos times do Barcelona e do Real Madri.
Os ‘papões’, registre-se, ficaram pelo caminho pelo simples motivo de que foram desclassificados por ingleses e alemães em partidas limpas, jogadas lealmente, sem qualquer interferência da arbitragem, sem qualquer senão.
Ah! Os craques do Barça meteram três bolas na trave no jogo decisivo.
Foi por um triz.
O Real perdeu nos pênaltis – o que sempre é uma loteria, dizem.
E daí?
Valho-me do jargão de grande locutor esportivo de tempos idos:
— O que vale é bola na rede!
Lembram aquele gol mais do que espírita que o Muller, então jogador do São Paulo, marcou numa final do Mundial de Clubes em Tóquio?
Quem deixou de celebrar o feito do inesquecível time de Telê Santana por causa de um gol esdrúxulo?
No sábado, assisti ao jogo – e gostei do que vi.
O Bayern, mais técnico, foi pra cima até em função de ter a torcida a favor.
O Chelsea jogou à italiana; certamente inspirado pela vivência do técnico Roberto Di Matteo. Marcou forte – e foi cirúrgico no ataque quando estava atrás no placar. Empatou o jogo aos 40 do segundo tempo.
Veio a prorrogação, os pênaltis…
E a vitória justa do Chelsea.
Não torci por um ou por o outro.
Torcer mesmo só para o meu Palmeiras – que enfrentou a Portuguesa logo a seguir – que, diga-se, não joga nem uma coisa, nem outra. Nem futebol-competição, menos ainda futebol-arte.