Gosto de suco de maracujá.
Mas, é inevitável.
É beber meio copo – e vem uma soneira danada.
Por isso, evito tomá-lo sempre que tenho outros compromissos.
Meu filho diz que é bobagem.
Bate quantos copos quiser – e nada acontece.
Com seu jeito gozador, fecha questão:
— É lenda, pai!
Será?
Será que consigo me autosugestionar assim.
E esse relaxamento, esse suave zumbir no ouvido, o coração acelerado, as pálpebras pesadas…
Eu que invento essa coisa toda?
— É lenda, pai!, diz taxativo.
Recorro ao parecer do amigo e médico Zé Roberto, uma autoridade no assunto.
Em resposta, recebo o silêncio e um breve sorriso.
— É lenda, Beto?
O sorriso se escancara no rosto do amigo:
— Há controvérsias, diz sem nada dizer.
E todo o blablabá que ouço desde criança, a recomendação da mãe, o tal calmante que a TV anuncia…
— É tudo baboseira?, pergunto.
Com o bom-humor costumeiro, o doutor José Roberto sai ileso da roubada:
— Prefiro não comentar.
Pelo sim, pelo não, aproveitarei o feriadão para testar eu próprio o que é verdade
e o que é mentira no assunto.
Por força deste valioso experimento, que se pretende ímpar no âmbito de toda a sociedade, aviso aos meus amáveis cinco ou seis leitores que só voltarei a blogar na segunda que vem.
Assim ficarei livre, sem qualquer remorso, para toda e eventual sonega que pintar nesses dias de estio…
Bom feriado a todos.