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De volta…

Estou de volta.

Reencontro o País um tanto mais triste, mesmo com a proximidade do carnaval.

Não pretendo me alongar na listagem das notícias ruins, Mas, ressalto duas delas: a morte de Walmor Chagas e a tragédia em Santa Maria, no Rio Grande do Sul.

Fatos que marcaram, de forma desalentadora, este início de ano.

Qualquer devaneio de viagem logo se desvanece.

Bem vindo à vida real, me diz o amigo assim que dou às caras na Universidade.

— Já conferiu o noticiário?, pergunta com o realismo que lhe é habitual.

Lastimo esses e outras tantos desacertos – pessoais e coletivos – que enfrentamos em nosso dia-a-dia.

Lá no fundo d’alma repasso a frase de outro amigo que viveu um tempaço no exterior e recentemente retornou de mala e cuia – diz ele – para nunca mais sair.

“Meu caro, por tudo que vi e que vivi, digo a você: se há algum futuro para o mundo, esses dias melhores passam pelo Brasil. Não pelas instituições, nem pelos homens que ocupam cargos públicos, Diria melhor: passam pelo povo brasileiro que, mais do que qualquer outro, sabe vencer suas tragédias e tem vocação para ser feliz.”

A princípio, achei o discurso despropositado, alienante até. Desconfiei que a fala tivesse brotado dos dissabores de quem se auto-exilou em busca de sonhos que, por fim, não se concretizaram.

Com o tempo passei a entender a ponderação do amigo, um cético por natureza e estilo.

Permito-me traduzir o que ele quis me dizer naquele momento – e eu hoje teimo em repassar aos meus cinco ou seis amáveis leitores.

Temos muito por fazer. Muito a melhorar.

Lutas, embates, demandas sociais que eu resumiria, pretensiosamente até, como a consolidação da cidadania.

Mas, apesar de todos os pesares, do árduo caminho que se tem pela frente, hoje eu lhe dou plena razão.

É por aqui que o futuro há de se erguer, justo e solidário.

E, reparem, já estamos em fevereiro.

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