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Neymar e uma história antiga…

Vi na TV uma entrevista do técnico Tite (que ontem completou 52 anos) em que a Sra. Tite, mui respeitosamente, entregou um hábito do vitorioso treinador corintiano.

Ele tem sempre à mão um bloco de anotações e caneta para registrar quaisquer das ideia que surgem – e que lhe podem ser úteis -, sejam quais forem as ocasiões em que se encontre. Até em uma despretenciosa caminhada, lá está o gaúcho preparado com os apetrechos de praxe, mesmo que em um dos bolsos de um inocente agasalho.

Certa vez, e lá se vão anos, entrevistei o cantor/compositor Benjor – desconfio que à época ainda se chamava Jorge Ben – e lhe perguntei de onde vinham as gírias e as tiradas geniais que aparecem, como se fossem do nada, em meio às letras que compõe.

Benjor me confidenciou que se valia do mesmo expediente. Anotava e guardava tudo o que ouvia e/ou observava mundo afora e que pudesse vir a ser matéria prima para suas engenhosas canções.

O nonsense da letra de W/Brasil talvez seja o exemplo mais emblemático deste exercício.

(Quem quiser pode ir ao Google conferir que eu os aguardo aqui para continuar. Marque bem, onde paramos…)

II.

Então, continuando…

“As ideias estão no chão. Você tropeça e por vezes acha a solução.”

Quem garante a veracidade da frase acima não sou eu, mas o grupo Titãs, em A Melhor Forma.

No entanto, se me permitem e modestamente, quero dizer aos amáveis cinco ou seis leitores que, na lida para atualizar o blog diariamente, também eu me valho deste antigo recurso. Que, a bem da verdade, me acompanha desde os tempos de repórter.

Não é para contar vantagem, não.

É que há um motivo bem atual para lhes contar uma história que ouvi quando ainda menino – 10, 11 anos – e que me veio à mente assim que começaram a surgir os rumores de uma ida de Neymar para o Barcelona, de Messi. Expectativa que, ao que consta, cumpriu-se neste fim-de-semana.

Anotei a lembnrança para usá-la em texto futuro.

Parece-me que hoje é o dia.

III.

A história antiga é a seguinte.

Lá no início dos anos 60 surgiu um garoto artilheiro defendendo o São Bento de Sorocaba. Fazia gols de tudo quanto era jeito e maneira.

Logo os clubes grandes da Capital cresceram o olho no boleiro.

E, por incrível que possa parecer, o Palmeiras levou a melhor – e contratou o menino bom-de-bola que atendia pelo apelido de Picolé.

Só que o Palmeiras possuía em suas fileiras o centro-avante da seleção brasileira: Vavá, o Peito de Aço, que inclusive estava com o escrete, preparando-se para o Mundial de 62.

IV.

Um belo dia, Picolé foi convidado a participar de um programa esportivo nos estúdios da TV Tupi de São Paulo. O apresentador Jerdi Gomes tentou quebrar o gelo para que a conversa fluisse naturalmente. O garoto não estava habituado à popularidade e mostrava-sem um tanto tímido.

Tímido, mas consciente.

Pois, respondeu no ato à provocação de Jerdi em forma de pergunta:

– Então, Picolé, é verdade que você vai congelar o Vavá, fazendo muitos gols para o Palmeiras?

E ele, de bate-pronto:

– A vontade é fazer muitos gols. Mas, não sei se vou congelar o Vavá. Mas, não ignoro o risco de ele, com seu bom futebol e sua fama, me “derreter”…

V.

Tomara que a temperatura da Catalunha seja amena e receptiva para o esfusiante Neymar assim como foi para os discretos Messi, Iniesta e Xavi, todos craques de primeira linha do futebol mundial.

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