Uma breve história que ouvi de um amigo (que me autorizou a publicá-la aqui, mas não quer que seu nome seja mencionado):
(…)
Ela me disse…
Ela, a Babi, pediu que lhe desse a mão, pois morria de medo de andar de avião.
No ato, lembrei a canção que tocava no rádio, daquele cantor que desapareceu no mundo… Como é mesmo o nome dele?
“Belchior”.
Isso mesmo, era cearense, tinha uma voz anasalada e cantava: foi por medo de avião… que segurei pela primeira vez… na sua mão.
Eu disse isso a ela enquanto o avião decolava.
Babi sorriu, mas não desgrudou de mim.
Não era a nossa primeira vez, nem o primeiro voo.
Não precisávamos de motivo qualquer para que caminhássemos enlaçados ou de mãos dadas, fosse onde fosse, vida afora.
Aliás, esta era nossa proposta.
E assim foi…
Até que vieram: a Duda, a Gabi, a Carol, o Rodrigão e sabe-se lá quem virá.
(Ela ainda não fez o ultrasom.)
Quando saímos chamamos a atenção de todos pela correria que a filharada apronta. Querem a nossa atenção, as mãos, os braços, o colo, a barra da saia dela.
É um jeito bom de continuarmos juntos, ainda mais enlaçados.
Disse a ela que quando os filhos crescerem, terão vida própria e aí sim voltaremos a caminhar, passo sereno, de mãos dadas.
Sabe o que ela me respondeu?
“Não”.
Foi direta e reta.
Disse:
– Tá bom que fico longe dos meus netos…