O amigo Paulo Rogério desabafa em tom de provocação:
– Mas essa cobertura da Copa está um lixo.
– Só blábláblá.
– Cadê os bons jornalistas esportivos?
Paulão é bom amigo.
Um provocador.
Sabe das minhas ligações com o jornalismo – e principalmente com o jornalismo esportivo.
Ele me cobra uma resposta.
Uma resposta que não tenho de pronto.
Mas, a iniciativa me induz a refletir sobre o que está acontecendo.
II.
Parto do que vejo de positivo.
Ainda na segunda-feira assisti ao Roda-Viva, da TV Cultura, que teve no centro da roda o jornalista Juca Kfouri. Foi um belíssimo programa, esclarecedor, com muitas informações sobre os bastidores do futebol brasileiro – e, principalmente, sobre os descaminhos que se perpetuam com o atual modelo de gestão da CBF, das federações, dos clubes.
Ponto para o bom jornalismo.
III.
Ah!
Gostei muito da série de reportagens sobre as copas, feitas pelo repórter Leandro Quesada, e levadas ao ar em horários variados pela Rádio Bandeirantes. Bom trabalho de pesquisa e contextualização.
Ouvi boa parte delas; outro ponto a favor.
IV.
Ainda nessa linha…
Considero bem consubstanciadas as coberturas feitas pelos jornais impressos paulistanos. Cito os três que acompanho O Estado, a Folha e o Lance. Cada um dentro de suas características, todos cumprem um belo papel.
(O Estadão, mais informativo, com destaque para o correspondente Jamil Saade; a Folha, atenta aos aspectos da política no esporte e o Lance com uma postura corajosa, própria a diário esportivo que prioriza a notícia.)
Os mais saudosistas – e eu me incluo, entre eles – dirão que falta um time de primeira linha como a equipe do Jornal da Tarde dos anos 70/80 – Avallone, Alberto Helena, Stacamachia, Mário Marinho, Sérgio Backlanos, Vital Bataglia, Flávio Adauto, José Eduardo Savóia, Odir Cunha, entre outros craques do “fazer jornalismo”.
Mas, entendo, os tempos são outros, e hoje, com as redações enxutas, são cada vez mais raros os espaços para a grande reportagem, infelizmente.
*Amanhã, retomo o assunto…