São raros – e quase sempre desastrosos – os chamados fenômenos eleitorais que ganham uma disputa majoritária em nível nacional de uma hora para outra. Surpreendendo as forças políticas de maior expressão – leia-se partidos.
Cabe lembrar os exemplos malfadados de Jânio Quadros (1960) e Fernando Collor de Mello (1989), eleitos presidentes em momentos preciosos e decisivos de nossa história recente.
Tudo em uma eleição deste porte é questão de semeadura, de espaço a ser conquistado. De tempo – e não falo só do tempo que se tem no horário gratuito da TV.
A candidatura de Eduardo Campos caminhava nesse sentido – e, acrescento, fazia um bom papel. Surpreendeu a todos ao fechar uma ‘dobradinha’ com Marina Silva e seus milhões de votos na eleição de 2010.
Entrou pra valer na disputa, mas lá, na essência, ele e seus assessores tinham plena consciência de que o projeto mais amplo se estendia mesmo para 2018.
Por enquanto, todos no PSB sentiam-se confortável em ser o fiel da balança na polarização do pleito entre Dilma/PT e Aécio/PSDB.
Era o que os especialistas chamam de Terceira Via, promissora e confiável entre o rala e rola de denúncias e esquisitices que contemplam a campanha dos tais líderes das pesquisas.
Um amigo – que mora em Brasília e foi habitue da cena política – me fez um alerta há dois ou três meses, quando nos falamos por celular. Disse que o projeto Brasil vive diante de uma encruzilhada. De representatividade e fé no amanhã.
As duas coligações hegemônicas (tanto a liderada pela situação, o PT, quanto a comandada pelos tucanos) apresentam o que chamou de ‘fadiga de material’ ou “mais do mesmo”.
Ele próprio citou o nome de Eduardo Campos, como uma liderança promissora. Que precisaria passar pela experiência de uma candidatura em nível nacional para entender “os muitos ‘brasis’ que convivem nem sempre harmoniosamente no Brasil de hoje”.
– É o nome ideal para 2018, completou.
Nem o meu amigo, nem nós, nem ninguém, contávamos com a tragédia de ontem.
O Brasil está de luto!