Que venha outubro!
Deste humilde posto de observação, dá para ver o final de mais um ano.
Vislumbra-se, com um misto de perplexidade e apreensão, a reta de chegada de 2014, um ano atípico.
Não sem antes olhar para trás e ver o que se passou
A Copa do Mundo, de triste memória.
Como diz um amigo, a lembrar Shakespeare:
“Muito barulho por nada!”
O meu praça é metido pacas. Adora citações.
Eu, por mim, preferiria esquecer o papelão que fez o escrete.
Mas, está difícil.
Os próprios jornalistas esportivos ainda fazem questão de lembrar e malhar o Judas da vez; o Felipão e, vez ou outra, o Fred.
Isso pra não falar dos chatonildos que insistem na piada pronta:
“Gol da Alemanha.”
Vade retro…
Outro tremor do ano também está com os dias contados: as eleições.
O trágico desaparecimento do então presidenciável Eduardo Campos, naquele fatídico 13 de agosto, pulverizou o que seria a trajetória natural do processo de caça aos votos.
Aconteceu de tudo desde então.
Os números das pesquisas de intenção de voto entraram em erupção.
Nunca foram tão esperados, inclusive pelos próprios candidatos e seus asseclas.
Fico a observar os presidenciáveis e sua incrível rotina.
A agenda lotada de compromissos: as viagens que se sucedem Brasil afora, os discursos recheados de promessas ocas, o empurra-empurra junto povão, a criancinha no colo, os abraços de tamanduá, o marqueteiro a lhe dizer o que deve fazer, o cafezinho morno no balcão da padaria, a buchada de bode, o debate non sense na TV – e o inefável sorriso no rosto.
Não deve ser fácil.
Penso que, como eu, devem estar em contagem regressiva.
5,4, 3…
Volto a imaginar e me pergunto:
Será que vale à pena?
Tudo para virar “ôtoridade” – e se dar bem na vida.
Precisa ter o dom ou ser muito carudo.
Ou ainda o maior democrata do mundo.