Ambos dividiam não só a mesma baia naquela autarquia.
Tinham muitos pontos comuns, inclusive a escolha do presidenciável.
Não eram propriamente amigos, mas se entendiam e tocavam a lida diária sem maiores problemas.
Dividiam também o hábito de vez ou outra, mesmo no expediente, consultar as redes – faces, instagram, twitter e afins – para saber a quanta andava o mundo.
Em um dos inevitáveis bisbilhotar, um deles não se conteve com o que leu, e soltou um palavrão (o que nunca fizera):
“Filho da puta!”
O colega ao lado espantou-se.
– O que foi?
– Olha o que aquele pobrão da seção ao lado postou (e mostrou o visor do celular).
O outro leu a provocação:
“AÉCIO NEVER”
– Ainda bem que no domingo daremos um cala-boca nessa gentinha.
– Não sei, não – retrucou o primeiro. – Não tenho tanta certeza. Você viu as
pesquisas? Ela está na frente.
– E você acredita nesses institutos de pesquisas?
– Depende de quem está na frente.
– Deixe de brincadeira. Nem pensar aturar a leviana por mais quatro anos?
– Ela, mais quatro e, pior, ele mais oito. Porque, depois dela, o Cara quer voltar.
Você tem alguma dúvida?
– Não. Mas, não é possível. Democracia é alternância de poder. Esse povinho precisa acordar
(Esqueceram do reinado tucano no Estado de São Paulo)
– Mas, do jeito que eles se equiparam e tomaram para si o aparelho do Estado,
não vão sair nunca do Poder.
– Só com a intervenção dos militares mesmo. É o que eles estão pedindo, esses comunistas.
(…)
*Quem de nós já não ouviu uma conversa desse tipo nesses cálidos dias pré-votação? Lamentável sob todos os aspectos esse clima de hostilidade insuflada pelos dois lados.
(Vale para declaração de Lula, em um palanque no Nordeste, comparando o PSDB aos nazistas.)
Não se constrói uma Nação contemporânea sem respeito aos lídimos pilares democráticos.
O voto popular é o mais essencial deles todos.
Se não o respeitarmos, há um grave risco aí…