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Escova comenta o post de ontem

O amigo Escova veio ao meu socorro depois do post de ontem.

Solidarizou-se com meus nostálgicos ais.

Fez mais e melhor.

Contou-me uma historinha que aconteceu com ele nos idos de 90 (ou seria no início do novo século?).

Foi em uma madrugada que se perdeu no tempo, ele foi testemunha ocular da apresentação de uma cantora, de nome Maria Rita Mariano, em início de carreira. Apresentava-se, com alguma timidez, no palco do Bar Supremo, na rua Oscar Freire, ao lado do violonista Chico Pinheiro.

Impressionante.

Tinha os traços de Elis, a voz de Elis, os meneios de corpo de Elis – era a filha de Elis.

Uma espécie de Elis rediviva.

Foi uma emoção avassaladora.

“Impressionante”, repetiu.

II.

Até hoje Escova não sabe definir o que as pessoas – que, de antemão, sabiam que a cantora era filha da nossa melhor cantora com o músico César Camargo Mariano – sentiram e como reagiram naquele exato momento.

(Talvez só o meu preclaro amigo não soubesse a estirpe da jovem.)

À saída, caminhava ao seu lado um senhor de feições conhecidas – olhos inchados pelo choro contido, pelas lágrimas que não rolaram – a se dizer um privilegiado por, de alguma forma, rever e reverenciar, ali, naquela hora, sua querida amiga Elis Regina.

Escova, o sensível, achou bonito o depoimento e se pôs a ruminar de onde conhecia o senhorzinho.

Só depois, já na solidão do carro na volta para casa, ainda meio grogue pelo susto e o encantamento, descobriu a identidade do homem: era Walter Silva, jornalista, radialista e produtor musical que lançou Elis e Jair no famoso show Dois Na Bossa.

III.

"Que lembrança bonita!" – me disse emocionado.

E completou:

"Entendo o que você escreveu, amigo. Se foi barra, para mim, naquele dia, não sei se hoje, tantos anos depois, resistiria à tamanha emoção.

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