Sou entrevistado sobre os bons índices de procura do curso de Jornalismo no vestibular da Fuvest deste ano.
Foi o sétimo mais procurado pelos garotos na faixa dos 18, 19 anos, em média.
O repórter quer saber os motivos que levam o jovem a querer ser jornalista justamente no momento em que as redações vivem um momento difícil, de cortes e enxugamento de pessoal.
São constantes – e implacáveis – os chamados “passaralhos” na Folha, no
Estadão, na Abril (dizem que o suntuoso prédio sede da editora na Marginal Pinheiros está às moscas e pensa-se, inclusive, em locá-lo para uma instituição bancária), nos portais, nos departamentos de jornalismo das rádios e das TVs; salvo raras exceções.
Sem contar que o salário, para a maioria, não é lá essas coisas. E a carga de trabalho pesadíssima.
II.
O quadro, como se vê, não é nada animador. Mesmo assim, uma boa parcela de nossa briosa juventude quer ser jornalista, encanta-se com a profissão.
Quais os motivos?
Primeiro que tudo, vale enfatizar: o jornalista é mesmo uma profissão encantadora. Está presente em todos os segmentos da vida em sociedade, de uma forma marcante.
Lembro o velho professor de jornalismo, o chileno José Wilcher, “o jornalismo é a ponte entre você e o mundo”
– Se você não se informar sobre o que está acontecendo, o mundo não existe para você, e consequentemente você não existe para o mundo.
III.
Faz sentido.
Neste momento, o Planeta se vê mergulhado em um oceano de informações, graças às novas tecnologias e ao que se convencionou chamar de redes sociais.
Todos estão conectados. Comentam, opinam, revelam-se.
Neste contexto, mais do que qualquer outra especialidade na área da Comunicação, o jornalista ganha importância como mediador das demandas sociais. É ele quem chancela e dá credibilidade ao fato e à notícia.
IV.
De outro modo, as multiplataformas, possíveis e cabíveis, incentivam aos novos (e não tão novos) jornalistas a inventarem o próprio espaço para mandar ver o seu recado. Seja um canal no youtube, um blog, no instagram, no twitter, em uma produtora independente, em uma startup media… – enfim, as possibilidades infinitas que hoje dispomos permitem voos solos a todo aquele que quer exercer a profissão dentro dos pilares éticos e profissionais, sem vínculos empregatícios com esta ou aquela empresa.
Alguém já disse – e eu repito aqui, de boa:
“As redações estão em crise. O jornalismo, não. Este vive um momento fabuloso, de transição, descobertas e conquistas”.
É tudo o que o jovem sonha…