Da minha mãe
A alegria das roupas
Secando sob o sol
O prazer do aroma
Do alho no feijão
E a paciência de esperar
O tempo das azaleias.
Do meu pai
A inquietude
De espreitar o céu
No limite das telas,
De pintar a vida
Em formas abstratas
E buscar o que não há.
Meu pai
Aponta alua
Minha mãe
Sente o luar
E eu entre
Um e outro
Sou meus filhos.
*Retomo o blog em tempo de poesia – porque o mundo anda mesmo pro lado errado. E eu, pra não perder de todo a esperança, não vejo outra saída se não apostar nas pessoas sensíveis, sensatas e sinceras como a amiga e jornalista e música e poeta Leila Kiyomura, autora dos versos acima.
