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Ausências

Mexe e vira, vira e mexe, cá estou com o exemplar de “O Gesto” nas mãos. A poesia de Mauro Salles (ele mesmo, o publicitário) me diz muito – não me perguntem o porquê. E são os seus versos que me confortam nessa hora ainda áspera e difícil.

Permitam-me hoje lhes oferecer – e oferecer a mim mesmo – o soneto “Presente-Ausente” que
o poeta dedicou a Eric Nice.

(…)

De presenças nada sei

Não me pertence o mistério
Dos que vão no meu caminho
De todos que me acompanham
E vivem na minha vida
Tristezas de lado a lado

Sou poeta dos que foram
Dos que sumiram no tempo
Ou dos que estão por chegar

Entendo, pressinto e vejo
Seres que não se formaram
E ausências que vou chorar.

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