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Reinventar-se é preciso…

Respondo ao Leandro, da Revista Imprensa:

“O que um aluno pode fazer para organizar e otimizar seu tempo para aprimorar seu conhecimento na universidade?”

Entendo que seja mesmo um compromisso pessoal de cada estudante. É vital que vislumbre o trajeto que pretende fazer como profissional de imprensa e onde pretende chegar. A partir daí, ter o ‘compromisso pessoal’ de desenvolver uma sólida formação cultural e adequá-la ao seu caminhar. O estar informado é fundamental, assim como o desenvolvimento de uma bem estruturada postura crítica. É importante que esteja atento – e se interesse – pelos novos formatos que os processos comunicacionais hoje sugerem. Reitero, porém, que este envolvimento se dá no plano pessoal. Nós, professores, funcionamos, nesta jornada, como orientadores para a indicação de leituras complementares e a constante busca por novos conhecimentos.

“Professor, o senhor considera que os focas chegam adequadamente preparados para o mercado de trabalho?”

Tenho uma visão bem realista quanto a esta questão. “Focas” sempre foram “focas” ao longo de todos os tempos. Chegam às redações com amplo leque de conquistas a serem consolidadas. Chegam para por em prática o saber que amealharam durante o curso. Trazem um ‘ferramental’ adequado, sim, para dar conta das tarefas do cotidiano de uma redação (se é que essas ainda existem?). O olhar de editores e congêneres é que, muitas vezes premidos pela necessidade, querem que eles já desenvolvam trabalhos de experientes jornalistas (que muitas vezes nem os próprios editores o são) e cobram um aprofundamento que o jornalista (salvo raras e louváveis exceções) só vai adquirir no arder da fornalha, ao longo dos anos.

“Quais as formas que o estudante de jornalismo tem para se especializar e poder decidir com que área ele atuará profissionalmente?”

O grande desafio do jornalista hoje é “inventar o próprio espaço” e, principalmente, saber os atalhos para como chegar lá. Importante: não dá mais para esperar que o mercado de trabalho o absorva sem que ele tenha algum diferencial, algo verdadeiramente seu para acrescentar. As redações estão cada vez mais enxutas, e rareiam também aqueles profissionais que permanecem por 20, 30 anos no mesmo emprego, na mesma função. Há um rodízio constante. Vai daí que o estudante hoje (em qualquer carreira, e sobretudo no jornalismo) precisa desenvolver um plano de voo e buscar estar preparado para dar conta do recado. Se me permite o relato de uma experiência pessoal, fui fazer o mestrado aos 48 anos. Hoje, não é possível esperar tanto tempo. Ao terminar a graduação, o garoto já engata uma pós ou uma nova graduação ou um curso de especialização e assim sucessivamente… O reinventar-se passou a ser uma questão de sobrevivência.

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