Curtia doces e merecidas (creio eu) férias quando soube da notícia da morte do multiartista David Bowie .
Ao meu lado, em uma cafeteria da aprazível Pucon, no Chile, um amigo me intimou a escrever algo sobre o astro naquele mesmo dia. Afinal, a notícia de tamanha perda valeria um post, digamos, extra [pois, não costumo blogar nesse período do ano.
“Pode ser”, disse, com a convicção de que não o faria.
Primeiro, porque não vejo no Blog – e nas bobagens que escrevo – esse caráter jornalístico, de viver encima dos fatos. Diria que é um encontro casual de amigos e afins. Segundo, porque – é compreensível – ‘choveriam’ informações em todas as mídias e em todas as plataformas sobre um dos artistas mais ousados do século 20. Ademais, nem sou a pessoa mais adequada para tratar do assunto.
Diria até que apreciei sua obra à distância, sem grandes arroubos.
Sou um cara simples do Cambuci, bairro operário de São Paulo, que conheceu os Beatles mais pelas versões cantadas pelas versões cantadas nas rádios pelos cariocas do grupo Renato e Seus Blue Caps do que propriamente pelos álbuns originais dos ingleses.
No entanto, confesso, uma observação feita pelo amigo, diante da minha hesitação, ficou batucando em minha cabeça – e ainda está – até hoje, o dia em que volto à lida diária:
“O cara influenciou a todos da nossa geração, seja pelas canções, seja pelas performances sempre ousadas, seja pela coragem libertária, o romper dos limites que sempre apregoou na música, no cinema, nas atitudes…”
É isso!
Assino e dou fé às palavras do amigo.
II.
Sei que não é lá muito auspicioso começar o ano com um post de homenagens póstumas, mas fica aqui também o registro da minha tristeza pela morte do cineasta italiano Ettore Scola na terça, dia 19. Deixou um legado de 41 filmes; entre os quais “Nós Que Nos Amávamos Tanto” (1974), “Feios Sujos e Malvados” (1976) e ”Um Dia Muito Especial” (1977); estes, sim, referências cinematográficas incontestes para toda a turma que frequentava o Belas Artes e o Cine Marachá naqueles idos e saudosos tempos.