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Vencemos? (5)

XXI.

Mesmo com toda a campanha contra ele e seu partido, Lula emplacou o sucessor em 2010.

Ou melhor, sucessora.

Para espanto dos detratores e de largas fatias da sociedade – especialmente, no sudeste –, Dilma Rousseff se transformou na primeira mulher a tomar posse na Presidência do Brasil.

Sua biografia – ex-guerrilheira, presa e torturada pela ditadura militar e administradora de convicções firmes e determinadas – teve repercussão favorável de início.

Mas, não por muito tempo.

XXII.

Desconfio que mais esta derrota ELEITORAL foi uma surpresa para os tucanos e seus simpatizantes. E é exatamente aí que começa, creio, o divisionismo "entre nós e eles" que hoje assola implacavelmente o país.

E que se enraizou ainda mais a partir das manifestações de 2013.

XXIII.

Mas, antes de seguir o relato, voltemos aos primeiros anos da administração Dilma. Amparada na cartilha pré-estabelecida pelo governo anterior, não houve maiores sobressaltos. Transitou-se com uma certa tranquilidade pelo período, mesmo com o tom de críticas cada vez mais beligerante a partir do aprofundamento e das prisões da turma do “mensalão”.

Mesmo com os pilares econômicos profundamente afetados pela crise mundial que teve seu ápice em 2008 (há um filme ótimo sobre o que detonou essa debaclê, “A Grande Aposta”. Vale a pena ver), o Brasil não enfrentava maiores dificuldades.
Havia pleno emprego, um razoável aquecimento do consumo e as taxas de popularidade da presidente – que preferia ser chamada de presidenta – continuava nas alturas. Entre 60 e 70 por cento.

XXIV.

Uma breve pausa, explicativa.

Em 2012, o Partido dos Trabalhadores ganhou a Prefeitura de São Paulo, com o ex-ministro de Lula, Fernando Haddad.

Entendo que este foi o sinal de alerta para os oposicionistas, de todos os costados e mesmo para alguns supostos aliados: ou desconstruíam o ‘monstro’ ou toda e qualquer aspiração eleitoral estaria comprometida.

Com tamanha aprovação popular, Lula elegeria, sempre que quisesse, até um poste.

XXV.

Havia um campo fértil para essa tarefa.

Mesmo com os avanços e as conquistas, o exercício do Poder deixou o PT em muitos flancos bastante vulnerável. A começar pelo deplorável ‘mensalão’. Mas, vale citar também o distanciamento dos movimentos populares, alianças cada vez mais suspeitas, pouco investimentos na Educação, o isolamento dentro do próprio partido, a falta de diálogo com a sociedade e sobre tudo a dificuldade de articulação política da presidente e seus próximos, entre outras tantas e tamanhas derrapadas.

Nesse contexto, condenável sobre todos os pontos de vista, colou no PT a imagem de que o partido professava uma verdade quando na oposição, mas ao chegar ao Planalto se especializara em repetir as práticas mais condenáveis para ali, no
Poder, se perpetuar.

Mas, houve um momento em que tudo isso ameaçou ruir – se é que não começou a ruir desde então.

Fazem ideia qual?

*Continua amanhã…

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