“ Cantei, cantei
Nem sei como eu cantava assim
Só sei que todo cabaré
Me aplaudiu de pé
Quando cheguei ao fim ”
A canção “Camarim” talvez seja a que mais exprima o grande Cauby Peixoto, que ontem se foi aos 85 anos.
Seu autor, Chico Buarque, a escreveu especialmente para a voz de Cauby Peixoto.
Inspirou-se em Cauby, a quem Chico rasgou elogios naqueles idos (anos 80/90) e sempre.
E Cauby, que vivia um tanto longe dos holofotes da mídia, voltou a cena como o notável intérprete que sempre foi.
Fez uma gravação lindíssima, exasperante. Definitiva.
Diria que foi o último grande hit e o acompanhou por shows e apresentações até seus últimos dias.
Assim como “Conceição” (que o fez o cantor mais popular do País nos idos de 50) e a soberba interpretação de “New Yor, New York”, “Camarim” passou a ser peça imprescindível em seu repertório, fosse onde fosse.
Não há como discutir que Cauby está entre os maiores cantores brasileiros da chamada Era do Rádio – Nélson Gonçalves, Chico Alves, Sílvio Caldas, Orlando Silva – e que influenciou decididamente cantores como Emílio Santiago e Roberto Carlos, entre outros.
Alguns amigos próximos a Cauby diziam que, para o “Professor”, não existia vida sem o ofício de cantar.
Cantar e viver, viver e cantar.
Por isso, o grande Cauby se fez imortal.
E nós, desde ontem, nos sentimos assim um tantinho mais órfãos…
*Vejam também uma divertida história de Erasmo, Roberto e Cauby, quando os roqueiros estavam no início da carreira:
http://www.rodolfomartino.com.br/artigo.php?id_artigo=1309