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Impressões olímpicas

Não sou um ser olímpico, já disse aqui.

Não me gabo, mas também não lamento por isso.

È um defeito, eu sei. Mas, não há como mudar nessa altura do campeonato.

Sou, diria, uma espécie em extinção: futeboleiro e varzeano. Portanto, não me peçam para ‘fechar’ minha agenda para acompanhar as destrezas dos supercampeões desta ou daquela modalidade. Nem diante da TV, menos ainda indo aos estádios, quadras e piscinas.

Digo isso para esclarecer que pouca coisa vi nessas duas semanas de Jogos no Rio de Janeiro. Acompanho o noticiário diário – até porque com a internet, como ficar alheio? – e, vez ou outra, dou uma espiadela no quadro de medalhas.

Se bem entendo, está dando a lógica. Os atletas dos Estados Unidos são os bambambãs – e lideram com folga. O Brasil oscila entre os 20 primeiros – o que, ao que me consta, não é novidade.

Aliás que cara chato sou eu que não acha nada engraçado: Olimpíadas, disputas, supercampeões, quadro de medalhas? Não que eu ache tudo isso um saco – como diria Raulzito. No entanto, deixa eu explicar a razão deste texto repleto de obviedades.

Não sei se pelo avançado da idade ou se pelo fato de eu me meter a dar pitacos em tudo o que aparece, alguns simpáticos e raros leitores me cobram três questões que permeiam, diria, o âmbito olímpico.

Questões para as quais, juro, não tenho, convicta resposta. Mas, me arrisco…

Exemplo 1: não sei avaliar se o evento na Cidade Maravilhosa, apesar dos percalços que ora ou outra aparecem na mídia, é um rotundo fracasso ou um notável sucesso? Nunca estive em uma cidade olímpica no momento dos jogos, mas pelo relato que ouvi de alguns chegados meus (que já viveram a experiência) a coisa toda segue até o momento segue na mais objetiva normalidade. A turistada, no geral, não sairá dizendo “óóó que brilho!!!”, mas também não fará muxoxos de reprovação.

Exemplo 2: Sobre a participação do Brasil. Por que os brazucas ‘favoritaços’ tremem na hora da decisão – e os azarões (não todos, claro) se dão bem? O futebol masculino, que começou rateando, chegou à final – e parece que tem sido a exceção. Falam em pressão psicológica ou no revivido ‘complexo de vira-lata’ que bem lá trás o grande Nelson Rodrigues consagrou. Há outras teses e perorações, mais aprofundadas. Em rápidas pinceladas, acho que somos isso mesmo. Aponto como causa nossa eterna falta de estrutura e incentivo para a popularização dos esportes ditos amadores.

Exemplo 3: Sobre a cobertura jornalística do evento. ATV e os portais predominaram. Houve grandes avanços tecnológicos graças aos mil e um recursos dos modernos equipamentos. Na parte de jornalismo propriamente dito, os portais levaram grande vantagem com ênfase nas reportagens e mesmo na agilidade da cobertura dos fatos e feitos. A TV primou por equipes de comentaristas, compostas por ex-atletas, que, via de regra, se mostram ou torcedores entusiasmados (nas vitórias) ou ‘corneteiros ranzinzas’ (em caso de derrota). Muito palpite, pouca informação (como eu, neste texto). Aliás, a queda de braço entre jornalismo esportivo e entretenimento na TV extrapola ao âmbito das Olimpíadas. Há quem goste, há quem considere uma praga.

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