Na nova temporada do Blog, eu prometo seguir as recomendações dos meus fiéis cinco ou seis leitores (se é que ainda andam por aí) que me pedem basicamente para esquecer:
– as tragédias do noticiário do dia;
– as mazelas do Presidente Tabajara;
– os bastidores do mundo político;
– os humores dos indicadores econômicos;
– as denúncias da Lava Jato;
– os comentários do Planeta Bola;
– o fim do romance dos famosos;
– a demissão do Evaristo;
– os realitys da vida;
– as fake-news;
– as memes;
– os textos apócrifos das redes;
– as ladainhas de auto-ajuda;
– e outras cositas mais…
II.
“Conte-nos uma boa história” – recomenda o amigo Poeta. “Uma boa história que nos alivie a carga diária de notícias ruins, desoladoras”.
Pesada demais, diz ele.
– Tentarei, meu caro, tentarei…
(Respondo sem qualquer convicção.)
III.
Sou um humilde cronista de jornal sem jornal. Um velho repórter vira-lata habituado a bater pernas, por ruas e becos, atrás de conversa que, por isso e aquilo, se transformasse em texto e vida. Num tempo em que ‘os telefones eram pretos e as geladeiras brancas’ (Rubem Braga) e havia ‘galos, noites e quintais’ (Belchior).
Não falo isso por saudosismo, nostalgia ou sentimento que o valha. Falo simplesmente porque assim é que é. Sou feito de ‘sonhos e memórias’ (Erasmo Carlos) e quero muito, quero tudo por aqui, no Blog. Em essência, me darei por feliz se souber que, ao cabo dessas amarfanhadas linhas que batuco, não lhes negar qualquer esperança.