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Pérola Negra

Na manhã desta sexta chuvosa e fria, perco o chão com a notícia.

Na minha idade (que é também a dele), eu já deveria estar habituado aos trancos e aos barrancos da vida.

Confesso que não. Ainda me abalam – e muito, e tanto que não sei dizer o quanto.

E lá se foi “o novo peregrino sábio dos enganos”. Foi “caminhar um pouco mais atrás da Lua” num presente cotidiano que não inclui a bossa e os requebros do Estácio, Holly Estácio.

“O Estácio acalma os sentidos dos erros que faço”.

Lá, “onde o sol bate e se firma”, não teremos mais a bem nos ver “a fada borboleta ou a fada canção”.

Ficamos sem entender “a juventude transviada” e silenciamos “o auxílio luxuoso de um pandeiro”. Voltaremos “a sonhar de madrugada”?

A mulher já pode vacilar… Como eu, como você, como todos que tanto o admiram.

Afinal, é dele o recado:

“Quem tem tem, quem não tem não se conforma”.

De nada adiantará rasgar a camisa, enxugar o pranto ou dar prova de amor e mostrar o novo canto.

Talvez, valha, sim, hoje escrever num quadro em palavras gigantes:

“Pérola Negra, te amo, te amo…

Melodia, parceiro de caminhada, adeus.

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