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Os “anhangueras”

Não, minha cara, não tenho o porquê estar feliz com tudo o que se vê no Brasil de hoje.

Poder-se-ia (a mesóclise vai em homenagem ao dileto Presidente Tabajara) dizer no Brasil de sempre.

(Mas, não penso em sair daqui, como você me pergunta agora, neste sábado chuvoso e triste.)

Parece que, desde que os portugas aqui chegaram – e depois vieram os ingleses, os holandeses, os piratas, as multinacionais – a coisa toda foi esse esparramo. Da nossa macunaímica indolência ao jeitinho de bom malandro, dos golpetes à corrupção generalizada que hoje vivemos em diversos estamentos sociais.

Os caras aplicando na gente e a gente, na medida do possível, dando a volta nos caras.

Lembra a história daquele barbudo bandeirante, o Bartolomeu Alves da Silva, Anhanguera para os chegados, aquele que hoje virou estátua na avenida Santo Amaro?

Pois então…

Ele tocou fogo numa cumbuca de cachaça (antes deu uma golada forte) diante dos índios e ameaçou incendiar todos os rios se os nossos amáveis antepassados não lhe entregassem todo o ouro que havia na região.

A situação não mudou tanto desde então. Só que agora é mais institucionalizada… Os ‘anhangueras’ da vida ocupam alto escalão nos diversos poderes da República. Estão quase todos os dias nos noticiários, com seus truques e traquejos, mandando prender e ultimamente mandando soltar.

A gente vai levando…

Entrega o anel para não perder o dedo, mas esteja certa que, mais adiante, esses otários não sairão ilesos.

Pode soar ingênuo da minha parte, mas ainda cultivo a fé e a esperança.

Por isso, amiga, vou ficando por aqui. Também não saberia viver em outro lugar. Longe deste tal Brasil brasileiro. Não a condeno porque resolveu dar outro rumo à sua vida, ir morar no State e cousas e lousas e maripo(u)sas. Confesso que acho corajoso da sua parte. Também por lá há um troglodita na presidência, mas cada um, como diz Caetano, “sabe a dor e a delícia de ser o que é”.

Desejo-lhe boa viagem! Toda a sorte do mundo na empreitada.

Aguardo notícias.

E vida que segue…

(*) A título de curiosidade: Anhanguera morreu pobre e abandonado em Vila Velha de Goiás. Foi acusado de sonegação de impostos e perdeu todo prestígio que tinha junto à Coroa Portuguesa. Ou seja, deram o troco no cara…

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