Tentei, mas não consegui fazer a foto que gostaria do vulcão Etna enquanto andei pela cidade de Catânia, onde estive por uns dias em janeiro.
A câmera do meu celular mequetrefe não ajudou, o tempo estava coberto, as melhores imagens surgiam quando estava na autoestrada que nos levaria a Palermo – ou seja, motivos não faltaram. Somados ao meu exíguo talento para brincar de fotógrafo, a verdade é que não deu.
Só em outra cidade, a apaixonanteTaormina, pude ver o Etna em sua imponência e majestade.
Fiquei satisfeitos com os registros que fiz.
II.
Voltemos a Catânia.
Antes de seguir para lá, houve quem me avisasse que não era um lugar dos mais atraentes para ser a porta de entrada da Sicília, na Itália. Aliás, no próprio guia turístico em que me informei, vinha a ressalva que Catânia não é uma cidade bonita, com uma ou outra atração e nada mais.
III.
Lembro que, na ocasião, tentei discutir o conceito de bonito e feio quando se define o local para onde se pretende viajar.
É bem relativo, argumentei.
Via de regra, boa parte das cidades de médio porte pra cima se caracteriza pelos contrastes que se vê quando ali se chega.
Hoje parece piada chamar o Rio de cidade maravilhosa. Assim como basta andar um quarteirão abaixo da Avenida Paulista para reconhecer a deselegância discreta de São Paulo. Até Nova York ou mesmo Paris têm lá seus becos e bocas.
Gosto de todas, mas só as citei para ser simpático à Catânia que, reconheço, está um tantinho maltratada especialmente em alguns pontos do centro histórico.
IV.
Porém – e sempre existe um porém -, a cidade me pareceu acolhedora. E intrigante. Tem como símbolo um elefante feito das lavas do vulcão. Na praça principal, há um obelisco homenageando o talismã – e algumas histórias (não provadas) que explicam sem explicar o porquê da escolha do bicho como referência.
(Um dia, pretendo contá-las.)
Deixa pra lá.
Para mim, Catânia se fez tão familiar e agradável especialmente no início da noite, quando moradores e visitantes se confundem no vai-e-vem das ruas centrais em busca de um restaurante ou mesmo apenas um lugar para degustar uma taça de um bom vinho.
Catânia – olha a presunção do malandro aqui – também me cativou por lembrar o Cambuci, dos anos 50, bairro onde nasci e me criei em São Paulo.
Não seria justo desancá-la.
Gostaria, sim, de um dia voltar a visitá-la. Talvez até fique mais tempo por lá…
V.
Quanto ao vulcão Etna, também lhe fiz promessa.
Há uma pequena cidade bem próxima: Nicolosi. Dali, me disseram, temos a possibilidade de acesso às suas encostas e ao pico.
Aos meus entusiasmados interlocutores, assumi o compromisso – sem convicção alguma – de voltar para conhecê-lo e fotografá-lo mais de perto. Quem sabe não chego na boca de sua cratera…
Isso no dia em que consertarem o teleférico que a erupção de 2001 destruiu.
O que você acha?