Preciso de uns dias nas montanhas.
Talvez vocês me entendam, talvez não.
Pois é, meus caros.
Mesmo em meio à Copa, aos jogos finais da seleção, em meio ao turbilhão de críticas injustas a Neymar, Gabriel Jesus & Cia…
Preciso de uns dias a olhar a cálida silhueta verde da Serra da Bocaina, onde me refugio sempre que posso
Não se trata propriamente de um isolamento, total e profundo. Por lá tenho amigos e conhecidos que me abastecem com as prosas e causos do lugar. Por lá, a uma (in)certa distância da cidade onde moro, consigo alívio para as aflições cotidianas e ‘paradinhas indigestas’ que todos temos pela frente.
Aproveito o feriado da segunda para a escapada.
Pretendo não levar engenhoca nenhuma que me ligue ao tal mundo contemporâneo.
Se achar um jeito e uma TV, assisto aos jogos de sexta e sábado.
Pode ser que os comente por aqui, pode ser que os comente só na volta.
Pode ser que sequer os veja…
Sempre haverá os replays, o Google e o YouTube para, se houver necessidade e querência, rever a suposta/histórica cena perdida, se assim, no futuro, eu desejar…
Deixo aos amigos/leitores que tanto prezo um poema e uma canção.
(…)
O Iniciador, de Peter Goblen
Cautela com quem busca discípulos
O missionário
O iniciador
Todos os proselitistas
Todos que clamam ter descoberto
O caminho do céu.
Pois o som de suas palavras
É o silêncio da sua dúvida
A alegoria da conversão
Sustenta-os através da sua incerteza
Persuadindo você, eles lutam
Para persuadirem a si mesmos
Precisam de você
Tanto quanto dizem
Que você precisa deles:
Há uma simetria que não mencionam
No sermão
Ou no encontro
Perto da porta secreta.
E suspeitando de cada um deles
Cuide-se também destas palavras
Pois eu, dissuadindo você,
Obtenho nova evidência
De que não há atalho,
Não existe caminho, nem destino.
(…)
A canção…
Leila Kiyomura
6, julho, 2018Um poema, uma canção e muitos caminhos de um bom dia!