Manhã ensolarada, sol tímido.
Visito a igreja de São João Batista, em São Bernardo do Campo. No reurbanizado Largo de Rudge Ramos.
Tenho belas e vivas recordações deste lugar e uma devoção especial pelo homem que anunciou a vinda do Cristo, o Salvador, o Rei dos Reis.
Para os cânones do catolicismo, outro santo, Francisco de Sales, o doutor da Igreja, recebe a incumbência (sim, é mesmo uma árdua tarefa) de ser o padroeiro dos jornalistas.
Está nos alfarrábios da Instituição, e eu não discuto. De minha parte, no entanto e sem tirar os méritos destes, sempre entendi João Batista como o primeiro a exercer a nobre função de jornalista dado que, também pelos relatos bíblicos, veio ao mundo para “noticiar” a boa nova.
Digamos que, para a Humanidade, tratou-se do primeiro “furo de reportagem” de inestimável relevância como se pode conferir – apesar de tamanhos atropelos – com ampla repercussão até os nossos dias.
Antecipou, mesmo que de forma indireta, “o caminho, e a verdade e a vida”.
(…)
Por isso, e humildemente, recorro a ele sempre que posso em meu nome e em nome dos meus pares, homens da Imprensa, que, de resto e se me permitem, andamos bem necessitados em dias tão conturbados. Seja na precarização e aviltamento do trabalho nas redações, seja pela triste e notória submissão de muitos dos nossos à vontade do patronato e, por extensão, dos que hoje mandam e desmandam no país e no mundo.
Está feia a coisa!
Grosso modo, tenho a impressão que nós, jornalistas, perdemos a capacidade de indignarmo-nos diante de tudo o que hoje nos oprime e infelicita – e, por extensão, oprime e infelicita toda a sociedade.
(…)
Há exceções. Ufa!
São abençoados senhores e senhoras que, de forma independente, resistem fiéis ao papel que lhes cabe e pelo qual ‘profetizam’ o jornalismo: ser o agente da transformação social em nome da cidadania e do bem-comum.
Por estes e por todos – e também por mim, óbvio, pois ando bem desorientado -, estou hoje aqui a pedir clarividência e proteção.
A batalha é renhida!
O caminho, a verdade e a vida se fazem incertos, turvos.
Que São João Batista nos acolha e Deus nos ilumine…
* Atualização – 18h30. 6 de setembro.
Pensei que fosse outra das tantas fakenews que nos aborrecem diariamente.
“Bolsonaro foi esfaqueado”.
Minutos depois chega o vídeo.
Ainda assim prefiro acreditar que é uma montagem. Por via das dúvidas, confiro nos portais jornalísticos. E desoladamente a notícia se confirma…
Não é este o nosso caminho.
Menos ainda nossas verdade e vida.
Reitero minha profissão de fé.
Em nome da não-violência.
Em nome da fraternidade.
Em nome do futuro, daqueles que estão por vir.
Que São João Batista nos acolha e Deus nos ilumine…
O que você acha?