Foto: Divulgação
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Essa triste rotina dos séculos começou com o ouro e a prata, e seguiu com o açúcar, o tabaco, o guano, o salitre, o cobre, o estanho, a borracha, o cacau, a banana, o café, o petróleo…
Eduardo Galeano, em As Veias Abertas da América Latina.
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Pensei em pedir à amiga Verònica Aravena Cortez que me encaminhasse um breve relato sobre o que anda acontecendo na América Latina.
O continente está em ebulição.
Manifestantes nas ruas na Bolívia, Chile, Equador, Colômbia…
Na Venezuela, a instabilidade não é de hoje.
E o Brasil?
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Verô é jornalista, psicóloga e doutora em Sociologia.
Nasceu no Chile, vive no Brasil há um tempo, mas nunca perdeu contato com suas origens.
Tem uma participação forte na comunidade chilena que aqui vive.
É especialista no assunto enquanto eu esbarro em minhas impressões que não são nada boas.
Enfim…
Queria ouvi-la.
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Lembro que, à época em que lecionávamos no curso de Jornalismo, era comum vê-la envolvida com temáticas que ressaltavam a latinidade e o quanto somos iguais mesmo que nós, brazucas, falemos outro idioma. E, por vezes, não nos damos conta dessa semelhança por tola soberba.
Somos povos irmãos.
Com os mesmos anseios, as mesmas lutas, as mesmas desigualdades sociais. A mesma indignação sufocada.
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Belas lembranças daquelas conversas.
Verô sabia bem o que dizia – e o alunato prestava uma atenção danada.
Eu e outros professores, também.
Mas, não todos, há que se ressaltar.
Alguns se imaginavam – e devem se imaginar ainda – mais próximos ao povaréu de Orlando, Miami e redondezas.
Então, tá, né?
Cada um, cada um…
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Voltemos à amiga Verònica…
Não deu tempo de falar com a moça – e hoje não pretendo fazê-lo.
Eu a imagino envolvida em mil e uma atividades na área da Psicologia, atarefada na finalização de um novo livro e, óbvio, mãe zelosa que é da menina Renata.
A notícia da renúncia de Evo Morales se antecipou à minha humilde consulta.
Mas, o Blog não pode esperar.
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Então, tenho que me virar por aqui com minhas leituras e aflições.
O repórter Jamil Chade traz, em seu Blog no Uol, o alerta do governo russo sobre a crise na Bolívia. Define como “Golpe” o que lá ocorreu e manda um alerta aos Estados Unidos e ao Brasil às vésperas do encontro da cúpula do Brics em Brasília.
“O tema ameaça aprofundar o afastamento político entre o Planalto e Kremlin.”
Leia AQUI a íntegra da coluna.
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Se me permitem outra indicação de leitura, recomendaria o clássico que inspirou a epígrafe do post de hoje, As Veias Abertas da América Latina, do jornalista e escritor uruguaio Eduardo Galeano (1940/2015).
Publicado em 1978, o livro é resenhado como “um inventário da dependência de que a América Latina tem sido vítima desde aqui aportaram os europeus no final do século 15. No começo, espanhóis e portugueses. Depois vieram os ingleses, holandeses, franceses, modernamente os americanos – e o ancestral cenário permanece: a mesma submissão, a mesma miséria, a mesma vassalagem”.
No prefácio que o próprio Galeano escreveu em 2010, autor elogia a tradução de Sergio Faraco, diz que “o texto soa melhor em português do que em espanhol” e lamenta profundamente que, em pleno século 21, “o livro não tenha perdido a atualidade”.
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VERONICA PATRICIA ARAVENA CORTES
12, novembro, 2019Rodolfo, quanta tristeza nesta hora! Chile e a Bolívia neste turbilhão, de un lado um país no qual as pessoas cansaram de fingir que está tudo bem e do outro, o andar de cima cansou de fingir que tudo bem a Pachamama no palácio de governo. A Democracia não é um valor universal e pode retroceder como estamos vendo por aqui… Falei tanto sobre isso em sala de aula….
Saudades desses tempos!