Foto: Divulgação
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Estava eu posto em alerta nos truques e batuques do meu ofício – vá lá que a expressão soava melhor nos tempos da máquina de escrever, enfim …
Estava eu a matutar o tema do dia quando me chega pelo zap o generoso elogio do sempre vereador Almir Guimarães que está na ‘esbórnia’ lá nos Estados Unidos em bem-comportadas andanças de um parque temático a outro e a outro e a outro.
“Linda crônica. Lindíssima a apresentação de Os Mutantes. Valeu, amigo!”
Ora, ora, ora…
Um amigo é pr’outro, vereador – como dizíamos naqueles idos da velha redação de piso assoalhado e grandes janelões para a rua Bom Pastor.
Fico feliz que o Almir tenha gostado – e, como se diz hoje, curtido.
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Havia relacionado para hoje uma série de notas políticas e sociais (por vezes, ando me sentindo assim um… Ciro Gomes), mas resolvo mudar o foco da minha escrevinhação em homenagem ao amigo.
Captei sua mensagem, ó sempre presente guru!
É que o vereador anexou à mensagem dois vídeos do cantor Júlio Iglesias de quem ele, vereador, é fanzaço desde os tempos em que o espanhol cantava um bolero que perguntava:
“E dondes estás tu amor?”
Acho que é esse o verso, não tenho certeza.
O simpático galego nunca esteve entre os meus cantantes preferidos.
Mas, reconheço, o cara é poderoso.
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Quando trabalhava na Agência Estado – esta história, desconfio que nem o vereador sabe – fui escalado pela chefia para a coletiva do Júlio Iglesias num badaladíssimo hotel em São Paulo e também para o show de estreia da temporada que ele faria no Olympia, ali, na Lapa.
Amigos e vereador, vacilei na maionese. Perdi o ponto e cheguei atrasado à coletiva. Só pude vê-lo à distância. O auditório de conferências do hotel estava lotado. Havia um batalhão de repórteres e outro batalhão de fãs ao seu redor.
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Me virei como pude a partir das perguntas que outros fizeram.
Mesmo à distância, porém, achei o senhorzinho falante, de bem com a vida e, principalmente, com os amores. Falou bem do Brasil e melhor ainda de uma namorada que morava na Bahia e, ainda bem, que logo, logo ele estaria por lá.
Achei que estava tirando onda, mas vá lá.
Esbanjou simpatia, gentilezas e simplicidade, o que, convenhamos, não é comportamento comum às celebridades.
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Quanto ao show, outra boa surpresa.
Acho até que já lhes contei aqui em um antigo post.
Mas, não custa repetir minhas sinceras impressões:
O cara entrou no palco, elegantíssimo num impecável terno escuro, disse boa noite e se pôs a enfileirar uma canção após outra, sem sequer levantar a cabeça. Agradecia aos aplausos com um leve curvar de tronco e seguia o repertório.
A plateia em êxtase.
Parecia estar hipnotizada a saborear os versos e compartilhar os sentimentos que estes exprimiam.
Era mesmo uma celebração.
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Trabalhei muitos anos nessa área, assisti a centenas de shows dos mais variados artistas, mas vou lhes dizer que raríssimas vezes vi algo assim.
Que bela integração música, intérprete e público.
Como disse o fotógrafo que me acompanhou naquela noite:
“Vai ser carismático assim lá na Bahia com a namorada que provavelmente lhe ensinou a cantar Mal Acostumado.”
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VERONICA PATRICIA ARAVENA CORTES
26, novembro, 2019Nossa, ouvi muito Júlio Iglesias, até gastar os discos. minha mãe, dona Patrícia, amava e meu pai, embora não dissesse, devia gostar TB…