Foto: Divulgação
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Dizem que Milton Nascimento ao ouvir, pela primeira vez, a canção Ebony And Ivory, do beatle Paul McCartney, nos idos de 82, ficou encantado e algo jururu a perguntar a si próprio:
– Como não fui eu que fiz?
A letra fala da harmoniosa convivência entre as teclas brancas (ivory/marfim) e as pretas (ebony) na sonoridade de um piano.
Diz o refrão:
“Ébano e marfim vivem juntos
em perfeita harmonia
lado a lado no meu piano,
ó Senhor, por quê não nós?
Todos sabemos
que as pessoas são as mesmas
onde quer que formos”.
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É mesmo uma linda alegoria que propõe a integração racial entre brancos e negros em um mundo igualitário e harmonioso.
Para dar um sentido ainda mais vivo à esta viva proposta, Paul convidou Steve Wonder para participar da gravação original.
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Do limão fez-se a limonada em plagas de Belô.
A partir dessa canção, o nosso Bituca fez a linda Certas Canções que poeticamente discorre sobre esse sentimento de identificação, digamos, num tom de assombro e cumplicidade:
“Certas canções que ouço
Cabem tão dentro de mim
Que perguntar carece:
Como não fui eu que fiz?”
A música foi gravada no disco Anima, também de 1982.
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Seu parceiro nesta obra prima foi o também mineiro Tunai, talentoso cantor/compositor autor de outros tantos sucessos.
Aos 69 anos, ‘antes do combinado’, como diz Rolando Boldrin, Tunai ontem nos deixou. E uma tristeza imensa se abateu sobre a nossa música popular.
Amândio Martins
29, janeiro, 2020Que triste. Lembro-me que, no final dos anos 70 ou início dos 80, assisti a um show no TUCA ou Teatro Três Rios, ele com o Milton.
Foi muito cedo…
E mais uma vez esta mídia que aí está não divulgou. Fiquei sabendo pelas letras do amigo Rodolfo…
Descanse em Paz!
Obrigado por belas composições…