Foto: Reprodução/CNN
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A Globo mudou sua programação matutina.
Tirou do ar temporariamente o Mais Você e deu mais espaço para o jornalismo.
Alongou o horário dos telejornais (Bom Dia São Paulo e Bom Dia Brasil) até o Encontro com Fátima Bernardes, que começa às 10 horas.
Motivo: a pandemia de coronavírus.
É fundamental que todos se esclareçam sobre o problema e se conscientizem do enfrentamento que, queiramos ou não, passa por cada um de nós.
Tá ouvindo, seo Jair?
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Faz sentido.
Mas, eu, cá no meu humilde e necessário isolamento, tenho outro entendimento da mudança.
Suspeito que a concorrência com o canal de notícias, CNN que, na noite de domingo, deu início às transmissões no Brasil deixou o pessoal do Jardim Botânico em alerta.
O pessoal do autoproclamado “o maior canal de notícias do mundo” chegou forte, fazendo barulho e dando, sim, uma boa mexida nos ares de estagnação que vive o nosso telejornalismo.
Vale dar uma conferida.
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Acompanhei a programação de abertura, com os eufóricos (mas, corretos) Reinaldo Gottino e Monalisa Perrone no comando.
Achei natural.
Na linguagem dos boleiros, estavam – âncoras e repórteres, a equipe toda, creio – com ‘sangue nos olhos’ para mostrar ao público a que vieram.
Um jornalismo isento, independente e inovador.
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Torço – e muito – para que assim seja.
É fundamental para a consolidação democrática de qualquer país ter uma imprensa atuante, livre e que respeite a verdade factual.
No mundo que ora vivemos, afogado em um tsunami de informações, onde grassam as fake news, ter um porto seguro de credibilidade – acreditem, amigos – é fundamental.
Hoje, tenho me informado mais por jornalistas independentes, como Bob Fernandes, Jamil Chade, Eliane Brum, os veteranos Mino Carta e Jânio de Freitas e outros raros, do que propriamente pelos veículos em que atuam.
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Enfim…
Não estou aqui avalizando o projeto editorial da CNN.
Tomara seja plural, confiável, defenda os princípios democráticos e os direitos civis e, principalmente, dê voz e vez aos que lutam por um Brasil verdadeiramente de todos os brasileiros.
Meu primeiro editor-chefe, o saudoso Tonico Marques, me ensinou logo nos primeiros dias da lida:
“Assim como é no fogo que se forja o aço, é na correria do dia-a-dia que se conhece o bom repórter.”
[Desconfio, mas não garanto, que amanhã voltarei ao tema. Gosto do assunto.]
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Por enquanto, toca Raul…
O que você acha?