Foto: Arquivo Pessoal
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Desde que, adulto, comecei a escrever
romances, tem-me animado até hoje a ideia
de que o menos que um escritor pode fazer,
numa época de atrocidades e injustiças
como a nossa, é acender a sua lâmpada,
fazer luz sobre a realidade de seu mundo,
evitando que sobre ele caia a escuridão
propícia aos ladrões, aos assassinos e
aos tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a
despeito da náusea e do horror. Se não
tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos
o nosso toco de vela ou, em último caso,
risquemos fósforos repetidamente, como
um sinal de que não desertamos do nosso posto.
ÉRICO VERÍSSIMO (Solo de Clarineta)
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O que você acha?