Foto: Arquivo Pessoal
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16 – O Berço do Renascimento
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Encerro a primeira parte de nosso périplo neste Crônicas de Viagens justamente naquela que considero a mais deslumbrante das cidades italianas.
Amo todas.
Viveria em quase todas, de bom grado e prazerosamente.
Mas, há que se reconhecer, FLORENÇA transcende.
Por sua História como o Berço do Renascimento. Por monumentos e museus. Pela luminescência de arte e cultura que nos surpreende a cada esquina, a cada passo que se dá.
O passo que faz um caminhar constante entre o olhar para as maravilhas que nos cercam e envolvem e a alma de cada um de nós, aqueles que ainda hoje se permitem sonhar.
Ali – e por ali – não há espaço para o óbvio.
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Florença (ou Firenze, como a querem os italianos) transcende.
É parada obrigatória para milhões de viajantes de todas as partes do mundo.
Mas, não se basta apenas como uma cidade turística.
A acolhedora Florença, embora de origem etrusca ou talvez por isso, é multirracial. Estudantes de várias nacionalidades, artistas, artesãos, intelectuais, aventureiros, refugiados ali se abrigam e a promovem como epicentro cultural do mundo.
Em suas ruas ouve-se todo o tipo de idioma.
Inclusive, o nosso português.
Olhem aquele gaiato!
Aposto que é brazuca, mas a pose é de um legítimo toscano. No estilo.
Agora vejam aquelas três moças falam português, estão felizes e perdidas com o mapa na mão.
Aproximam-se do rapaz que julgam um cidadão local – e lhe pedem a informação em inglês.
Solícito – e cheio das intenções – ele as atende também em inglês.
Consegue ajudá-las, creio. Pois são efusivas nos agradecimentos:
– Tank you, mister.
E ele, na caradura:
– De nada, meninas. À disposição…
Todos caem na gargalhada – e agora formam um grupo só e rumam para a sorveteria.
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Enfim…
Não é difícil se apaixonar por Florença.
Não falo apenas pela magnificência do Duomo de Santa Maria del Fiore ou pelas artísticas nuances do Portão Leste do Batistério onde a multidão de visitantes se extasia em olhares, selfies e espanto.
Falo tampouco pelo eternizado Davi de Michelangelo ou pelos cenários absurdamente lindos que se vê a partir das margens do rio Arno, com suas pontes históricas e harmoniosas.
Quer dizer…
Talvez fale por essas e outras tantas obras e marcas florentinas.
Talvez – e muito provavelmente – falo mais pela celebração que a cidade promove entre todos num tempo que, ali, é único e capaz de fundir passado, presente e (acreditem!) um harmonioso futuro.
Florença, por tudo, é mesmo uma criação do homem, do que ele capaz, do quanto pode quando assim quer e deseja…
Por isso, Florença transcende – e mesmo quando partimos um pedaço de nós permanece por lá. À espera de que voltemos para resgatá-lo.
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O que você acha?