Foto: Arquivo Pessoal
…
17 – QUE FASE!
Na manhã seguinte, o Sr. Ambrósio, guardando o distanciamento devido, reuniu-se com todos naquele mesmo salão logo após a recepção.
A falação demorou uma hora ou duas…
(Ah, nunca sei, deixa para lá.)
Não se chegou a conclusão nenhuma.
Soube que todos entenderam as razões e as preocupações do Sr. Ambrósio – mas, pediram um prazo para se ajeitarem.
Enzo tomou a palavra e propôs:
– Podemos ficar por mais uma semana, vamos acompanhar o noticiário e ver como os fatos se ajeitam. Seria como se passássemos de hóspedes a inquilinos. Teríamos que cumprir alguns tarefas como qualquer um faz na casa onde mora. Arrumar o quarto, lavar nossas coisas, por aí…
E completou:
– O que acham?
Queria que eles dissessem que sim. Mas sinceramente não estava tão certo do que eu queria.
Na fase atual, eu não acho mais nada. Só estou perdendo – respondeu o Sr. Ambrósio:
– Tem a questão dos funcionários?
“Vamos pensar” – concordaram todos
Dois ou três dias e decidimos, falou o Enzo.
– Por enquanto, cuidem-se!
18 – O SENHOR DESTINO
Desde então, e guardando o tal de protocolo (que imaginei inicialmente fosse um monstro), todo o fim de tarde havia a tal reunião.
Então, eu pegava o minigame que ganhei no Dia da Criança e me deitava na rede da varanda enquanto os adultos discutiam sem chegar a um acordo.
Naquela tarde, aconteceu uma coisa legal.
Soltei um berro de felicidade quando bati meu próprio recorde no jogo eletrônico.
Percebi que no salão todos se assustaram.
Minha mãe correu ao meu encontro. Coração na boca, como ela disse.
O Enzo, também.
Minha mãe me deu outra bronca daquelas, mas cuidou para não separar as sílabas:
– Mingo, Mingo, comporte-se, filho!
Enzo deu uma risada gostosa quando soube do meu feito. Parecia que era dele o novo recorde.
– Aê, garoto. É sinal que mais cedo ou mais tarde todos mudamos de fase. É ou não é?
Se pudesse fazer com a tal pandemia o que fiz no joguinho, todos seríamos felizes.
Seria bom, né?
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Continua amanhã…
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O que você acha?