Foto: Arquivo Pessoal
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Meus raros e caros,
Um post especial.
É dia de saudar um amigo de longa jornada.
O sempre_vereador Almir Guimarães completa 84 anos.
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Mesmo distante (porque é um senhor duplamente vacinado e cumpridor dos protocolos), acreditem: ele se faz presente na vida de um contingente enorme de pessoas.
Prefere o Júlio Iglesias ao Roberto Carlos, mas Almir tem lá seus milhões de amigos.
Inclusive, entre os meus amáveis cinco ou seis leitores.
É dos grandes incentivadores do Blog, comenta e repassa nossas escrevinhações a diversos grupos, pois é ativo e atuante nas redes sociais.
Assim, meus caros e raros, principio por saciar a curiosidade de alguns que sempre me perguntam sobre como nós conhecemos.
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Foi há 45 anos.
Por obra e graça do meu ofício: repórter.
Num domingo pela manhã, fui escalado (a contragosto) para cobrir a assembleia de moradores na sede da Sociedade de Amigos de Vila das Mercês.
Adeus, campinho de terra batida na Vila Carioca.
Adeus, futebolzinho brejeiro com os amigos.
O dever me chama!
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Assim que cheguei alguém (que não lembro quem) me apresentou o Almir, então um combativo diretor social da SAB – e provável candidato a vereador pela região do Grande Ipiranga.
Lembra isso, Almir?
Desconfio que não.
Pois o cara não tinha sossego.
Antes de subir à tribuna para falar, apertou a mão de quase todos. Abraçou alguns. Sorriu para outros. Falou com Deus e o mundo.
Fiquei só observando.
Já estava em campanha.
“O homem é do ramo”, recomendou-me outro líder comunitário, o Oliver Costa, da SAB da Vila Cristália.
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Seriam sete os candidatos que concorreriam à Câmara Municipal de São Paulo como representantes das 32 vilas e jardins da região do Grande Ipiranga.
O jornal – época de censura – podia publicar apenas um breve currículo de cada um dos postulantes locais.
– Oito, disse ao meu chefe, o inesquecível AC.
– Como assim?, respondeu cofiando o vasto bigode.
– Temos um candidato na Vila das Mercês.
– Outro? Quem?
– O diretor social. Nome dele é Almir Guimarães, e não é o jornalista da TV Tupi.
– Farinha pouca, meu pirão primeiro, resmungou o editor.
– Como assim?, perguntei.
– A turma pulveriza a votação. Não elegeremos ninguém do Ipiranga.
– Concordo, disse.
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Acertamos – e erramos.
Os votos verdadeiramente se espalharam pelos oito nomes.
Mas…
Almir se elegeu.
(Foi o único.)
Com mais de 40 mil votos, por aí.
Tinha 39 anos.
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Desse dia em diante, Almir pôs o pé na estrada.
Trabalhou em diversas frentes.
“Para fazer do Ipiranga mais Ipiranga”, como descreveu um dos nossos colunistas, o Dr. João Yasbek.
Asfalto e calçamento para ruas da periferia, iluminação pública, conservação de praças e jardins, apoio às sociedades de amigos de bairro, força aos clubes de serviço e entidades representativas e por aí foi…
Virou assíduo na redação.
– O homem é um trator, na definição do repórter-fotográfico Cláudio Michelli que o acompanhou em suas andanças na região.
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Resultado:
Em 82, o vereador se elegeu com a maior votação do partido, o MDB.
Quase 90 mil votos.
Tornou-se um dos próceres da sigla em São Paulo.
Destacou-se como o braço de apoio da gestão do então prefeito Mário Covas nos assuntos referentes ao bairro do Ipiranga.
Um período de muitas realizações.
Acredito que a mais relevante delas tenha sido a revitalização de toda a área do Sacomã, com a construção da intersecção viária que une as diversas vias locais de trânsito intenso e culminou com a abertura da avenida Tancredo Neves.
Fez mais e melhor.
Mas, só essa contribuição já valeria o mandato.
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Numa breve retrospectiva (bem pessoal, eu diria), destacaria os anos 83, 84 e 85 como inesquecíveis.
Não só porque a parceria com Mário Covas (que tantos frutos gerou para o Ipiranga com ramificações em toda a cidade) o consolidou como um nome de amplitude nacional. Mas também porque em 84 vivemos um momento singular ao participarmos do histórico comício pelas Diretas-Já na Praça da Sé.
O sonho da redemocratização do país, após 21 anos de ditadura militar, ganhava contornos de realidade.
Lembro que nos encontramos nas imediações da Praça João Mendes, e de lá fomos vencendo, uma a uma, as barreiras impostas para triagem até chegarmos bem próximos ao palanque das autoridades.
O vereador e o repórter-fotográfico Cláudio Michelli subiram para juntar-se às tais e quais.
Eu fiquei por ali, nas imediações das escadarias da Sé, a fazer meu trabalho. Entrevistar os que chegavam, ouvir os inflamados discursos e emocionar-me com as centenas de milhares de brasileiros de São Paulo, esperançosos por um novo tempo.
Uma tarde que dá orgulho a quem pôde vivê-la!
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Ainda naquele ano, ao lado de outros parlamentares, Almir trabalhou firmemente para a viabilizar junto às diversas alas do PMDB a candidatura de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral.
Depois da derrocada da emenda Dante de Oliveira, “não há outra alternativa para a democracia no Brasil” – disse-me o vereador em entrevista à Gazeta do Ipiranga em novembro de 84.
Estava ao lado do então deputado federal Roberto Cardoso Alves. Ambos confiantes na vitória de Tancredo.
Chegaram até a entabular um placar de como seria a votação no Congresso Nacional.
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Em 85, mercê de seu intenso trabalho junto aos diversos bairros paulistanos, o nome do vereador Almir Guimarães chegou a ser cogitado pela maioria dos diretórios do PMDB para ser o candidato a vice na chapa que teria o senador Fernando Henrique Cardoso como postulante à Prefeitura de São Paulo.
A convenção do partido se realizou no Anhembi – e foi das mais ruidosas e movimentadas.
Em conversa com o então governador Franco Montoro, Almir declinou do convite em nome de Caio Pompeu de Toledo.
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Nosso sempre_vereador ficou por 20 anos na Câmara Municipal de São Paulo.
Voltou a eleger-se em 88 e 92.
Tem muita história para contar. Daria um livro, daqueles tijolaços!
Na verdade, Almir nunca se afastou da vida pública.
Tornou-se um empresário de sucesso.
Mesmo assim, encontrou tempo para fundar a Associação de Ex-Vereadores do Estado de São Paulo que ainda hoje preside.
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Continua atento aos amigos e às coisas da política e da cidadania.
– Na verdade, diz ele. – Sempre fui em essência um líder comunitário.
Um sonhador que cultiva amizades infindas.
Como a minha.
Aliás, como a de a todos nós que hoje o saudamos em retribuição ao afeto que ele nos dedica.
Parabéns, Almir!
Felicidades todas.
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* Meu presente musical:
a versão de Júlio Iglesias
(o Julinho, para o Almir)
de um clássico da música italiana…
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Vamberto Batista da Silva
14, junho, 2021Parabéns para você ao amigo eterno Vereador…felicidade com muita saúde…!!!
Na qual eu conheço desde quando eu era menino, aprendi admira-lo. Agradeço por ser amigo do meu e da família. Beijo no coração.
Marcos A Bortoletto
14, junho, 2021Ótimo texto, ainda mais quando o personagem principal é o Sr. Almir Guimarães. O conheci em 2008, na época eu procurava um terreno para comprar em um dos bairros mais lindos de São Bernardo do Campo, com benfeitorias por ele realizadas. É um homem remanescente dos tempos do “fio do bigode”, e como fui educado por meus pais da mesma maneira, foi muito fácil crescer minha simpatia por ele. Até hoje nos cumprimentamos diariamente com Bom dia e Boa noite, mesmo distantes fisicamente, sempre com a mesma gentileza e carinho de 13 anos atrás. Parabéns Sr Almir pelo seu aniversário, Parabéns Rodolfo pelo belo texto.
Helena
14, junho, 2021O que dizer do vereador Almir Guimarães ?Eu o conheço a aproximadamente 16 anos ,eu o admiro como pai e esposo dedicado que é,uma pessoa cheia de vida ,que leva alegria por onde passa,sabe que nessa vida a muito a agradecer ,nesse dia só tenho que dizer que peço a Deus que continue abençoando sua vida vida ,que seja abençoado os seus dias.
Feliz aniversário S Almir que sua vida seja abundantemente abençoada por Deus .
Grande Abraço.
Macileide
15, junho, 2021Parabéns muita paz, saúde e felicidades Deus abençoe grandemente o Sr e sua família