Deu no jornal:
Bolsonaro atropela com tanques a derrubada do voto impresso
Sem votos para evitar a derrota da PEC do voto impresso na Câmara, o presidente Jair Bolsonaro resolveu apelar para tanques de guerra. E, para que sua estratégia funcione, eles não precisarão disparar um tiro sequer. O mandatário recebe na Esplanada dos Ministérios na manhã desta terça-feira um desfile de 14 blindados da Marinha, que estão a caminho de um exercício militar nas proximidades de Brasília, em Formosa (GO). Sem força para derrubar o projeto no Legislativo, Bolsonaro se refugia mais uma vez no simbolismo. O correspondente em Brasília, Afonso Benites, conta que a manobra “será uma tentativa de mostrar alguma força diante de uma iminente derrota na pauta que serviu de diversionismo e de injeção de ânimo em sua militância: a da recriação do voto impresso como uma alternativa ao eletrônico. Bolsonaro dá mais um sinal de que seguirá em campanha para 2022 a despeito das consequências de seus atos para o país.
É por atitudes como essa que o colunista Oliver Stuenkel se questiona sobre como reagiria a comunidade internacional a uma ruptura democrática no Brasil. “À primeira vista, o ambiente internacional hoje é bem mais hostil a movimentos golpistas do que era durante a Guerra Fria (…), mas atores externos teriam meios limitados de conter a consolidação de um sistema autoritário por parte do atual mandatário brasileiro”, analisa Stuenkel, que conclui: “Se Bolsonaro fracassar na tentativa de um golpe, não será por pressão de atores externos, mas, sobretudo, pela resiliência dos defensores internos do Estado Democrático de Direito.”
(El País)
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