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Quintana, o trovador

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Foto: Reprodução

Antes de ser o poeta das coisas simples, sensatas e sinceras que todos conhecemos e reverenciamos, Mário Quintana surgiu como hábil trovador nas páginas da Gazeta de Alegrete na seção Trovas A-B-C.

Aqui, uma breve mostra:

I.

Até cantando se nota

como a vida é inconstante:

as rimas são duas mãos

unidas em um só instante…

II.

Fez Deus o mundo em seis dias,

e repousou desde então:

Mas os poetas continuaram

a obra da criação…

III.

Custa o rico entrar no céu

(afirma o povo e não erra).

Porém, muito mais difícil,

é um pobre ficar na terra…

IV.

Há três coisas neste mundp

cujo gosto não sacia…

É o gosto do pão, da água,

e do nome de Maria!

V.

Lembranças que naufragaram

e que voltam num segundo…

São como navios fantasmas

surgindo do mar profundo!

VI.

Meu chapéu de catavento

e meu alforje de imagens.

Só isto levo da vida…

Não tenho outras bagagens.

VII.

Nunca deves dizer SEMPRE

nem nunca dizer JAMAIS…

Por que palavras tão grandes

em simples lábios mortais?

VIII.

Quem as suas mágoas canta,

quando acaso as canta bem.

não canta só as suas mágoas:

canta a de todos também!

* Trovas extraídas da coletânea Trovadores do Rio Grande do Sul, copilação de Nelson da Lenita Fachinelli, edição Sulina, Porto Alegre, 1972

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