Foto: Divulgação
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Precisei dar uma esticada até Moema.
Uma prosaica – e necessária – ida ao consultório do Dr. Garófalo, meu garboso sobrinho e dentista.
No caminho, passo pelo lugar onde, por muitos anos, existiu a casa de espetáculos Palace.
Quem aí se lembra?
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Desatento ao tempo que não para no porto, não apita na curva e não espera ninguém, diminuo a marcha e, instintivamente, estico o pescoço, curioso, para ver qual a atração do fim de semana.
Seria Caetano ou Gil, Milton ou Paulinho da Viola?
Talvez 14 Bis?
Flávio Venturini?
Tantos e tamanhos os shows que lá assisti ora como espectador ora como repórter.
Para onde foram aqueles bons tempos?
Eita que, por saborosos instantes, me embaraço na minha nostalgia e no descompasso com os tempos atuais.
Há tempos o Palace não mais existe. Mudou de nome, perdeu o espaço e, por fim, se extinguiu. Deu lugar a um prosaico estacionamento e agora o reencontro cercado por tapumes – é provável que surja ali outro prédio de altíssimo padrão.
Faz parte.
Mesmo assim, deixo que as lembranças me envolvam.
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Certa manhã, a editora Beth Caló, do Shopping News, me chama para, ao meio dia, fazer uma reportagem com Ben Jor, meu ídolo mor (para rimar com Ben Jor).
Ele faria algumas apresentações no Palace.
E foi lá mesmo que fizemos a entrevista.
Para quebrar a formalidade, perguntei se era verdade que ele, quando jovem, chegou a jogar no Flamengo.
Ben Jor respondeu afirmativamente. Todo feliz.
Jogou no que hoje chamamos de ‘juniores’, era ponta direita e teria feito carreira se não fosse o arrebatamento pela música.
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No caminho para a redação, avisei à Beth Caló que ela deveria mandar um fotógrafo às 16 horas.
Entre as diversas entrevistas do dia, a assessoria do artista acharia uma brecha para fazer as imagens.
Aproveitei para fazer uma resenha do que foi a nossa conversa, e falei a história do Mengo.
Saí de lá feliz da vida, já esboçando o texto e cousa e lousa.
Só depois soube do bololô.
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Nosso lambe-lambe teve a feliz ideia de levar uma bola.
Propôs ao Ben Jor realizar uma sessão de fotos com o cantor/compositor fazendo ‘embaixadinhas’ na área em frente, onde ficava o estacionamento.
O homem se empolgou.
Ficou um tempaço ali petecando a redondinha.
Quis bater o próprio recorde.
Esqueceu que havia jornalistas e fotógrafos de outras publicações à sua espera para mais entrevistas.
Todos nós, jornalistas, temos prazo (deadline) para entregar o material pronto para a chefia.
Os coleguinhas não gostaram nada, nada.
Bronquearam a milhão!!!
Alguém que não sei quem esbravejou que a culpa era minha.
Mas, todos reconheceram depois, as fotos ficaram ótimas.
Quer ler a entrevista? Então clique AQUI!
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O que você acha?