Foto: Diário do Centro do Mundo
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Anos 80.
Lamentei quando soube que outro colega, e não eu, havia sido escalado para entrevistar o ilustrador e designer gráfico Elifas Andreato, o criador das mais belas capas dos álbuns da MPB de todos os tempos.
“O cara das capas”, como nós o chamávamos na velha redação,
Bons tempos…
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Elifas inaugurava uma mostra em São Paulo numa galeria na Alameda Jaú (ou Itu, não lembro bem).
Iria receber os repórteres para divulgar o evento.
Era a chance que eu tinha para falar com o homem e tentar descobrir a alquimia de cores, luzes e sentidos que utilizava para retratar tão lindamente obras de Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Chico Buarque, Adoniram e outros tantos e tamanhos do nosso cancioneiro popular.
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Pensei em dar uma de bicão.
Na caradura, acompanharia a jovem repórter que fora incumbida da missão,
Mas, logo a chefia me chamou para dar conta de outra tarefa que me coube naquele dia que de tão importante sequer me recordo.
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Lá fui eu algo desolado que só.
Mas, firmei o propósito de, no futuro, dar conta desta empreitada.
(Quando se é jovem, o futuro é logo ali.)
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Não preciso dizer, mas digo que dei vários outros rumos à minha malajambrada carreira profissional – e a tal pauta nunca se cumpriu.
Conto tristemente hoje essa vaga historieta em forma de réquiem.
Soube que Elifas Andreato morreu, nesta terça-feira, aos 76 anos.
Uma perda e tanto para as artes brasileiras.
Vivemos tempos sombrios…
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Elifas deixa um primoroso legado de mais de 300 capas de discos, livros e revistas, além de cartazes de teatro e outras incursões artísticas.
Para compensar, com larga vantagem, o meu vacilo, o site Farofafa reuniu três belas reportagens sobre o assunto:
Clique nos títulos para ler:
- As 1001 capas de Elifas Andreato
- Na última colaboração, Elifas Andreato foi “padrinho” de livro, e sua obra personagem
- A cara da MPB
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O que você acha?