Foto: Arquivo Pessoal
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Estou numa semana de homenagens e reverência a quem, de certa forma, me deu régua e compasso para melhor entender o mundo e me fazer melhor.
Mauro Salles, poeta, jornalista e publicitário, é uma dessas personalidades.
Curioso, não foi o jornalista ou publicitário – e, sim, o poeta que me cativou ao primeiro verso:
“Respeita no poeta
o momento isolado
e as dores que ele abriga
Talvez feitas de amor, como nos sonhos
Talvez feitas de sangue, nos seus versos”
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A CORRIDA
(para entender os nossos dias)
“A pele tocada
e a música
O silêncio ferido
e o sangue
no musculo
O peito arfante
e as mãos e os dedos
e os pelos
e murmúrios
de palavras não ditas
E a corrida
que só vale a pena
se chegarmos juntos”
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FIDELIDADE
Somos fiéis
aos amores impossíveis
às vozes de ontem
às promessas de eternidade
à mão do companheiro
e ao olhar da amig
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Mauro Salles morreu em 11 de fevereiro deste ano.
Tinha 90 anos.
Seu livro de poemas e poesias, O Gesto, publicado em 1993, funciona como uma espécie de oráculo para mim. Nele, aprendi que:
“À beira mar
nada
além do sonho é verdadeiro”
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Uma preciosidade, de João Donato e Gilberto Gil:
O que você acha?