Foto: Arquivo Pessoal
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Foi um amigo querido quem me chamou a atenção para a coluna Balaio do Kotscho de ontem, no UOL.
Jornalismo ou entretenimento? Bordões e lacrações, vale tudo por audiência?
Trata-se de um assunto que nos é próximo, pois, como eu, o amigo é jornalista e professor de Jornalismo.
Kotscho, nosso guru, faz o alerta:
“O que se chama de “jornalismo profissional” para produzir “informação de qualidade”, está saindo de moda, ou as palavras perderam seu sentido original”.
Vale tudo em nome dos clicks e da audiência.
Creio que, mesmo para quem não é do ramo, vale a reflexão.
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Ainda recentemente discorri modestamente sobre o tema por aqui.
(Se é que vai?)
Inclui, no texto, algumas considerações oportunas feitas pelos leitores.
Mas, na boa, não chegamos a conclusão alguma.
Assim como Kotscho propõe e eu reitero.
Importante ficar alerta.
Os rumos, porém, são imprevisíveis.
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Se me permitem, acrescento uma das minhas lembranças.
Meados dos anos 90, encontro Kotscho numa palestra da Universidade São Marcos, no Ipiranga.
O tema, óbvio: Jornalismo, a quantas anda?
Kotscho faz uma observação, com o seguinte sentido (não lembro as palavras que ele usou):
Os repórteres antes ganhavam o suficiente para viver, defendiam-se como podiam com uma média na padoca, viviam a caça de notícias. Mas, eram intransigentes com a verdade que traziam das ruas. Hoje, muitos de nós moravam em belos condomínios em bairros classudos (lembro que falou em Granja Viana), têm o carro do ano, os filhos em boas escolas, imaginam-se amigos dos donos dos jornais e, até por isso, são bem mais flexíveis aos interesses das empresas.
Nunca esqueci essa analogia.
Pode ter sido o começo do fim.
Hoje, muitos sonham em ser celebridade; quando não, a própria notícia.
Enfim…
Vida que segue.
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O que você acha?