Ilustração: Arquivo Pessoal
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A moça que ensinava violão em casa insistia para que aprendesse os acordes de “uma linda canção dos Beatles”.
Yesterday.
Pedi a ela que me ensinasse a tocar Chove Chuva, do Jorge Ben.
Era mais a minha praia.
O amigo Chiquinho Brandão me dissera que a música era mais simples. Dava pra se acompanhar com três ou quatro acordes. Além do que já sabia a letra de cor.
A professorinha riu da minha argumentação.
E insistiu na sugestão.
Tentou até traduzir a letra para minha melhor compreensão.
Fez um resumo:
A musa que fizera feliz o passado do cantante se foi – e ele agora a reverenciava com a lembrança do tempo em que foram felizes e se amavam.
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Hãhã
Fiz que entendi.
A música era triste – e me pareceu não ter um final feliz.
Não lembro o desfecho das efêmeras aulas de violão que tive quando garoto.
Logo percebi que é preciso dom pra dominar acordes, harmonias, melodias…
Desisti
Segui ouvindo os Beatles e Jorge Ben vida afora, entre outros tantose tamanhos.
“Viver sem música seria um equívoco.”
Li a frase não_sei_onde – e concordo plenamente.
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Dia desses, recebi a mensagem da leitora e amiga do zap, Zezé, com a sugestão de Yesterday, “mundialmente famosa que também sugere um mergulho no tempo”.
Gostei da ideia.
No ato lembrei das aulas de violão – e o garoto sardento tropeçando no inglês e nos acordes da linda canção.
Como diz a letra, “os problemas pareciam distantes.”
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O que você acha?