Sign up with your email address to be the first to know about new products, VIP offers, blog features & more.

Tempo de estio

Posted on

Foto: Arquivo Pessoal

As lembranças de hoje me vieram, creio, no embalo da efeméride de domingo.

15 de outubro – Dia do Professor.

Uma bobaginha que me deu na telha de lhes contar.

Seguinte:

Por bons anos, enquanto estive na universidade, esse era o período do ano – entre os feriados de 12 e 15 de outubro – que eu mais gostava.

Eu o chamava de ‘tempo de estio’.

Uma semaninha de descanso.

Dava até pra viajar. Um solzinho numa praia bem escolhida. Uns perdidos por esse mundão de meu Deus que, diga-se, andava mais suave.

Explico a razão.

A vida acadêmica nos regulava com a benfazeja trégua da aulas, a tal semana de recesso (ou, como preferiam os alunos, “a semana de saco cheio”).

Para mim, habituado ao perrengue cotidiano e sem trégua das redações,  a pausa era uma bênção. 

É certo que, na volta, teríamos a enfrentar um caudaloso correr dos dias repleto de provas, preparação dos TCCs, as bancas avaliadores, a correção dos diários, atribuição de notas, o planejamento do próximo ano letivo e outros procedimentos próprios ao fim da temporada.

Permitam-me colocar no pacote os denominados por nós, professores, como ‘alunos-panetonws’ visto que só apareciam no fim de ano. E vinham cheios de desculpas, arrependimentos e as inevitáveis queixas. Tipo:

” Tal professor não gosta de mim. Por isso etc etc etc.”

Cheguei à universidade com 47 pra 48 anos. Tinha já uma boa carga de vivência em várias redações. De certa forma, sabia bem identificar o Tico e o Teco. Se não era assim um suprassumo de sabedoria, conseguia me sair razoavelmente de tantos e tamanhos embaraços.

Por outra, quando a coisa pegava forte e eu me embaralhada no embate das atribuições, tirava por conta e risco uns instantes para pensar que, lá pro dia 14 ou 15 de dezembro, estaria tudo resolvido. E, pimba, começariam as férias de fim de ano.

Ufa!

Tinha até uma estratégia de apoio.

Pegava, então, um calendário desses antigos, de números grandes, e dava início à contagem regressiva.

A cada dia a sua agonia.

A cada data riscada, a sensação consoladora e inebriante que a vida é, sim, um grande desafio.

Mas, tem lá suas compensações.

Hoje, bateu um saudadezinha. Só não garanto se foi da sala de aula ou se foi das viagens…

Ainda nenhum comentário.

O que você acha?

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Verified by ExactMetrics